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Enviada em: 12/10/2017

Somos tão jovens             ''Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo, temos todo o tempo do mundo''. Será que com o aumento do acesso ao álcool e às drogas, os jovens de hoje terão todo esse tempo declarado por Renato Russo na música Tempo Perdido? Segundo dados do IBGE, mais da metade dos alunos do 9º ano no Brasil relataram já ter tomado ao menos uma dose de bebida alcoólica e, nesse universo seriam 13 mil usuários da droga, mesmo que esporádicas. Em vista disso, percebe-se que fatores comportamentais e sociais convergem para essa problemática no pais.     De acordo com Platão, de todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais difícil de domar. Nessa perspectiva, observa-se que entre os adolescentes existe uma forte tendência de buscar situações novas e perigosas, em geral de forma impulsiva, com o uso de álcool e drogas. Isso se deve ao fato dos mais novos de assumirem riscos e testarem seus limites. Em virtude disso, esses indivíduos criam certas expectativas em relação à bebida e aos entorpecentes, já que procuram uma experiência mais agradável. Bom exemplo disso é tornar-se mais comunicável ou ter mais sucesso na procura de companheiros. Dessa forma, é fundamental que os pais alertem seus filhos para as consequências e os prejuízos do consumo de bebidas alcoólicas e de narcóticos.      Em uma segunda abordagem, verifica-se a questão da aceitação da turma de amigos. Isso acontece em razão da pressão do grupo que é muito comum na adolescência, uma vez que muitos jovens podem se sentir forçados a consumirem essas substancias psicoativas para serem aceitos pelos colegas. Segundo Aristóteles, ter muitos amigos é não ter nenhum. Logo, é muito grande a influência na construção do hábito de beber. Prova disso é um estudo conduzido pela Universidade de Iowa, que mostra que aquele amigo próximo é a principal influência para começar a ingerir bebidas alcoólicas. Assim, essas crianças não recebem o primeiro copo de um membro da família, mas sim dos amigos.     Fica claro, portanto, que a persistência desse consumo desenfreado de álcool e de drogas pelos jovens é fruto do ambiente social em que estão inseridos. Logo, competem às escolas, em parceria com as famílias, alertarem as crianças e os adolescentes por meio de um diálogo aberto capaz de mostrar as consequências e os prejuízos do consumo desses tipos de estimulantes para que eles possam avaliar essas informações com olhar mais crítico. Ademais, os pais devem observar o comportamento dos filhos através de suas atitudes ou das mudanças de amizades, a fim de entender qual é o tipo de droga ou bebida usado e a frequência, para procurar ajuda profissional em diversas áreas da saúde com o intuito de tratar esse problema. Só assim os jovens continuarão com todo o tempo do mundo.