Materiais:
Enviada em: 25/02/2018

O sistema de recompensa, que foi criado evolutivamente no cérebro em virtude da sobrevivência, é o principal alvo da ação química de substâncias alucinógenas, as quais induzem seu uso compulsivo. No entanto, apesar das consequências biológicas, sociais e econômicas que essa prática pode ocasionar, observa-se, no Brasil contemporâneo, um aumento na utilização de drogas, seja devido a fatores societários, seja à ausência de mecanismos assistivos.              Mormente, analisa-se que a irresponsabilidade social corrobora tal impasse. Isso porque, durante o processo de socialização, assim como afirma Anthony Giddens, o indivíduo fortalece os preceitos básicos para a formação da sua identidade cultural. Sob essa ótica, muitos familiares e amigos ou estimulam, ou não auxiliam no combate ao uso de entorpecentes, de modo que, na maioria dos casos, as crianças desenvolvem a curiosidade de experimentar tais narcóticos. Por conseguinte, o uso e o vício a psicoativos se tornam cada vez mais precoces. Por exemplo, conforme o IBGE, em 2015, cerca de 9% dos adolescentes já consumiram drogas ilícitas.             Ademais, nota-se ainda que a falta de assistência também impede a atenuação da problemática. Isso se deve ao fato de que, embora o Brasil tenha desenvolvido políticas contra o comércio ilegal de drogas, como a criação da Senad, não existe uma evidente diferença entre traficante e usuário perante a Lei. Consequentemente, diante da discriminação e do preconceito, muitas pessoas são desmotivadas a procurar ajuda. Soma-se a isso, a fiscalização ineficaz da venda de drogas lícitas facilita o acesso de menores à bebidas alcoólicas que, segundo o IBGE, corresponde a mais de 50%.              Urge, portanto, que a ingestão indiscriminada de estimulantes é um risco à população. Destarte, cabe ao Governo, em parceria com o MEC e o Ministério da Saúde, a criação de uma estrutura abrangente contra o uso de drogas, por meio da inserção, no cronograma escolar, de uma campanha conscientizadora - com atividades lúdicas e palestras - destinada a pais e alunos, para que os menores não sejam motivados a ter esse mal hábito. Outrossim, ONGs e o Poder Judiciário, com a ajuda do setor midiático, devem criar aplicativos e ouvidorias onlines onde se possa denunciar a venda ilegal de bebidas para adolescentes, bem como prestar assistência residencial; a fim de inibir o aumento da dependência sob essas drogas. Dessa forma, poder-se-á diminuir os índices de ataque às bases neurobiológicas do cérebro.