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Enviada em: 07/05/2017

Sedentarismo: causa ou conseqüência?      Em tempos remotos, o homem após dominar as primeiras técnicas de agricultura tornou-se sedentário, ou seja, fixou-se em certas regiões, pois não havia necessidade de buscar alimentos em outros lugares, sendo esse processo denominado de sedentarismo. No entanto, no contexto atual, essa palavra possui uma outra semântica, a qual expressa a falta ou a pouca atividade física exercida por um indivíduo. Apesar de vivermos em tempos de culto ao corpo e multiplicação do número de academias, o sedentarismo é uma realidade crescente que possui como causas desde problemas individuais até fatores externos.       Primeiramente, vale ressaltar que a falta de atividade física pode ser a conseqüência de uma doença e não a causa. Segundo estudo feito pela USP, a depressão e a ansiedade são fatores que contribuem para o estado sedentário de uma pessoa. Diante disso, a condição de sedentarismo pode não ser uma opção do próprio indivíduo, mas sim o reflexo de uma doença. Dessa forma, a investigação e o auxílio de profissionais da saúde se faz necessária, para que o quadro seja tratado corretamente, na medida que a raiz do problema pode ser uma doença psíquica como a depressão.       Além disso, alguns fatores externos corroboram , cada vez mais, para que as pessoas não precisem se movimentar. Isso pode ser constatado no desenvolvimento do ramo da tecnologia, que permite, por exemplo, ligar e desligar equipamentos apenas utilizando a voz. Apesar dos benefícios da evolução tecnológica para o homem, seu uso inadequado tem elevado o nível de sedentarismo e, consequentemente, de doenças como a obesidade e o diabetes. Dessa forma, é necessário o entendimento, pelas pessoas, da importância das atividades físicas juntamente com a compreensão de que a tecnologia deve ser usada para melhorar a qualidade de vida , e não piorar.      Fica evidente, portanto, que o sedentarismo possui relação direta e indireta com o mundo interior e exterior de uma pessoa. Diante disso, o maior investimento do Ministério da Saúde em campanhas, contratando profissionais de diversas áreas como psiquiatras, por exemplo, não restringiria o sedentarismo apenas aos maus hábitos mas também como causa de problemas individuais. Além disso, a atuação do Estado, juntamente com as ONGs, promovendo palestras em escolas e universidades, explicando os benefícios da atividade física e os limites entre tecnologia e saúde, conscientizaria mais crianças e adultos sobre o assunto. Assim, medidas como essas trariam gradualmente uma diminuição no sedentarismo da população a médio e longo prazo.