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Enviada em: 03/05/2017

Na Antiguidade, o filósofo Parmênides de Eleia introduziu o conceito de imobilidade como referência à unidade de pensamento do ser humano. Ao longo do desenvolvimento da sociedade, observa-se que tal conceito foi associado à seu sentido literal de falta de movimento, sendo visto, então, como sinônimo de sedentarismo, termo que define a ausência ou baixa quantidade de atividades físicas realizadas pelos cidadãos. No Brasil, a inatividade corporal afeta cerca de metade da população, segundo o Ministério do Esporte, com consequências alarmantes relacionadas à diminuição da qualidade e da expectativa de vida do futuro da nação.       Primeiramente, o sedentarismo é resultado negativo do alto desenvolvimento científico da sociedade. Enquanto as atividades físicas e o esporte eram característicos da Antiguidade em que Parmênides viveu, a imobilidade de hoje é estimulada em razão da dependência tecnológica gradativamente alimentada pelo sistema capitalista. Isto posto, há a queda da expectativa de vida dos brasileiros, colocando em risco o futuro do país em razão do aumento do índice de doenças como diabetes e hipertensão, como afirma a Organização Mundial da Saúde. Tal problema pode ser evitado com estímulos contínuos, por meio da parceria entre diferentes agentes sociais, à uma vivência saudável.            Em segunda análise, a inatividade corporal reduz a qualidade de vida da nação, uma vez que a falta de atividades desportivas traz consequências não só físicas, como psicológicas para os cidadãos. Doenças como depressão e síndrome do pânico tem sido diagnosticadas precocemente, segundo o Ministério da Saúde, pois, nos últimos anos, adolescentes se tornaram mais sedentários que adultos, revertendo o tempo que deveria ser aplicado na prática de esportes, para permanecer em suas residências usufruindo de modo errôneo e exacerbado as novas tecnologias. É imprescindível, então, que sejam estabelecidas ações conjuntas entre o governo e a sociedade civil que revertam o atual quadro brasileiro.            Por conseguinte, urge que as instituições de ensino e de saúde, em parceria, utilizem os canais de comunicação para desenvolver campanhas e programas que reiterem a importância da prática de atividades que revertam o sedentarismo somático do país, de modo que a vivência saudável se torne um sinônimo do padrão de vida dos brasileiros. Ademais, os Ministérios do Esporte e da Saúde, em conjunto, devem fiscalizar tais projetos com ajuda do Poder Judiciário. Assim, será garantida a viabilização destes e a plena efetivação do artigo 196 da Constituição Federal, que afirma que a saúde é um direito de todos e dever do Estado.