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Enviada em: 12/05/2017

Movidos pelo pessimismo e pela melancolia decorrente, entre outros fatores, de uma endemia de tuberculose, grandes autores românticos do século XIX marcaram a geração que, hoje, é conhecida como "mal do século". No que parece ser um reflexo do passado, a contemporaneidade se depara com um novo vilão cujos males podem ser apontados como um grande problema de saúde pública: o sedentarismo.    O baixo índice de gasto calórico proporcionado pela precária atividade física das novas marca um notável aumento da incidência de doenças cardiovasculares e hormonais. Ao contrário do que muitos ainda pensam, hábitos sedentários não promovem apenas o sobrepeso, mas possibilitam condições favoráveis a problemas como hipertensão, diabetes e aumento da taxa do colesterol LDL, aumentando seriamente os riscos de infarto. Além disso, é comum ocorrerem dores articulares e atrofia muscular, fatores que impactam visivelmente o bem-estar do indivíduo.    Em segundo lugar, tem-se  a dificuldade de redução desse cenário que é fomentada por uma cultura cada vez mais apoiada  na "lei do menor esforço". Mesmo sendo alertados contra os malefícios da falta de exercícios, os cidadãos persistem em optar pelo mais fácil e pela procrastinação. Carros ao invés de bicicletas, elevadores no lugar de escadas e jogos eletrônicos como substituintes das práticas ao ar livre são alguns dos exemplos de uma sociedade em que, segundo o IBGE, verifica-se cerca de metade da população adulta como sedentária.    Faz-se necessário, portanto, a maior atuação  de setores como as Secretarias de Saúde e o Ministério das Comunicações que, em parceria, poderiam criar campanhas de combate ao sedentarismo, divulgando mais informação na televisão e em redes sociais sobre seus efeitos negativos e opções de práticas alternativas para reverter o quadro. Ademais, o poder executivo poderia desenvolver políticas de incentivo ao uso de bicicletas em detrimento dos automóveis, encarecendo o preço destes e ampliando o acesso às  ciclovias. Assim, certamente venceremos o novo mal do século.