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Enviada em: 07/05/2017

Ao desfolhar o passado, nota-se que o processo de sedentarização é próprio da história da humanidade. Durante a Idade Antiga inúmeras civilizações passaram pela Revolução Neolítica, abandonando o nomadismo. No entanto, com o passar dos séculos a ideia do sedentarismo assumiu uma conotação negativa para o homem e hoje representa o grande mal do século XXI. Esse cenário é fomentado pela competitividade e avanço tecnológico, pilares da sociedade contemporânea.   É preciso considerar, primeiramente, o contexto no qual estamos inseridos. Desde o advento da Revolução Industrial, o tempo passou a ser mercantilizado e busca pelo lucro, constante. Dessa forma, em uma sociedade capitalista, na qual a competitividade é incitada a fim de se obter um melhor padrão de vida e maiores dividendos, os ponteiros do relógio parecem estar acelerados demais para se alcançar metas tão elevadas e as 24 horas de um dia, muito aquém do necessário. Nesse sentido, os cuidados para com o próprio corpo, como atividade física, não raro, são esquecidos. Entretanto, tal situação é equivocada e pouco racional, uma vez que o sedentarismo é solo fértil para disseminação de outros problemas como obesidade, diabetes, problemas cardíacos.   Por outro lado, o avanço tecnológico também fomenta o crescimento do mal do século XXI. A humanidade se vangloria de seu progresso na tecnologia e nos meios de comunicação, todavia, quando procuramos enxergar também seus malefícios percebemos o paradoxo existente. Essa foi desenvolvida para tornar as atividades cotidianas mais simples, estiolou o sedentarismo. Tal contexto afeta não só essa, mas também das novas gerações, já que, cada vez mais cedo, as pessoas tem se familiarizado com o fantástico mundo eletrônico, abandonando atividades que estimulam o corpo. Assim, estamos caminhando para uma sociedade, na qual o quesito saúde não será mais determinante para tão almejada boa qualidade de vida, haja vista que as máquinas faram tudo por nós.   Torna-se evidente, portanto, que a questão em voga requer medidas concretas, e não um belo discurso. Dessa maneira, as escolas podem investir em peça e palestras educativas acerca da importância da atividade física. Além disso, as aulas de educação física podem focar, sobretudo, nas aulas práticas para estimular a atividade corporal. Ainda, as secretarias de esporte podem, em conjunto com a mídia para realizar a divulgação, desenvolverem projetos gratuitos que visem a realização de atividades físicas pela população. Talvez assim, no futuro, o sedentarismo não seja mais um problema na sociedade brasileira, mas qualquer medida que se jugue significativa deve dar margem ao pensamento de longo prazo.