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Enviada em: 05/05/2017

Como nossos pais, mas nem tanto Belchior, na icônica canção "Como nossos pais", escreveu: "minha é dor perceber que ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais". Ao contrário do que o saudoso letrista cearense notou, o que os profissionais da saúde têm notado é que as pessoas não têm vivido como seus pais, mas que, geração após geração, o mundo vem se sedentarizando. O avanço das tecnologias que trazem comodidade e lazer e o aumento da depressão tem feito do mundo um lugar sedentário como nunca antes. Grande parte da indústria da tecnologia centra seus esforços em oferecer comodidade e lazer aos seus usuários. Carro, controle remoto, elevadores, vídeo games e computadores são exemplos de tecnologias que proporcionam conforto e bem-estar. Todavia, o avançar desse tipo de tecnologia proporciona aos indivíduos a chance de gastar cada vez menos calorias e serem sedentários. Dessa maneira, as tecnologias que oferecem uma redução do consumo energético do corpo humano têm colaborado para o sedentarismo e suas consequências.  Ademais, é flagrante a influência da depressão no aumento do sedentarismo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, até 2020 a depressão será a doença mais incapacitante do mundo. Isso significa que quem sofre de depressão muitas vezes deixa de produzir e, não raro, torna-se sedentário, pois não tem ânimo para se exercitar. Assim, a depressão conquista cada vez mais pessoas para as fileiras do ócio. Torna-se claro, portanto, que as tecnologias do conforto e os distúrbios psicológicos têm colaborado para o sedentarismo. Sendo assim, é necessário que a atenção básica em saúde promova um programa interdisciplinar entre educadores físicos, médicos e psicólogos para fortalecer a prática de atividades físicas e combater a depressão. Além disso, as escolas, universidades e as TVs estatais, devem promover debates a favor do uso racional das tecnologias do conforto e da conscientização do papel da depressão no sedentarismo.