Materiais:
Enviada em: 05/05/2017

O título obsoleto            Segundo a 1ª lei de Newton, todo corpo tende a permanecer em repouso na ausência de forças atuantes sobre ele. Infelizmente, a força ainda não veio e o corpo de muitos brasileiros continua parado, razão pela qual cresce o número de sedentários no país. Com isso, entende-se que, enquanto na época da 2ª geração romântica a depressão seria o mal do século, hoje, contudo, esse título pode ser facilmente atribuído ao sedentarismo.        Cabe entender, antes de tudo, como o problema afeta os jovens. Com o desenvolvimento tecnológico, percebeu-se a transição da Idade da Pedra para a Era da Poltrona. Isso porque, tornou-se comum, especialmente entre a juventude, a troca das antigas brincadeiras de rua-exemplos de atividades físicas disfarçadas-pelo conforto das poltronas sobre as quais há o intenso manuseio dos aparelhos digitais, lazer que requer unicamente o movimento dos dedos. Dessa maneira, o ato de correr atrás da bola de futebol gradualmente aparece mais ligado aos videogames do que à prática.            Vale considerar, ainda, que a falta de movimento não se restringe apenas aos mais novos. Se na pré-história o trabalho era quem garantia o nomadismo do hominídeo, atualmente esse mesmo elemento atua de forma contrária, conduzindo os adultos brasileiros ao sedentarismo. Aumenta a parcela daqueles que passam boa parte do dia sentados em seus escritórios e, por conseguinte, falta-lhes tempo para o exercício corporal, que associado, muitas vezes, ao menosprezo quanto à necessidade de fazê-lo, acarreta a perda de qualidade de vida. Nesse sentido, não é difícil notar as consequências disso que vão desde um esperado sobrepeso a um impensável câncer de tireoide.            Fica evidente, portanto, a necessidade de, aplicando as "forças" de que os corpos precisam para entrar em movimento, combater a cultura de imobilidade instaurada no país. Para tanto, é fundamental que a escola e a família estimulem as atividades corporais dos jovens, a primeira abrindo horários específicos diferentes das aulas de educação física, a fim de que os alunos tenham liberdade para praticar esportes; à segunda, por sua vez, cumpre o papel do incentivo. Ademais, com o objetivo de instigar os mais velhos, a mídia deve promover campanhas de conscientização nas quais sejam apresentados os reais riscos à saúde decorrentes do sedentarismo. O Ministério do Trabalho, tendo em vista o mesmo público-alvo, deve buscar reduzir os impostos de empresas que forneçam aos funcionários momentos destinados ao exercício, instantes os quais sejam contados como horas de trabalho. A partir disso, o sedentarismo, hoje encarado como mal do século, terá esse título, enfim, obsoleto.