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Enviada em: 07/05/2017

Durante a Segunda Fase do Romantismo brasileiro,marcada pelo subjetivismo, grande parte dos escritores faleceu de tuberculose, concebida como o mal do século na época. No entanto, cerca de duzentos anos depois, outra doença, conhecida como sedentarismo, passa a ocupar essa posição alarmante e a afligir parcela  da população. Nesse contexto, verifica-se que, em função da manutenção de estereótipos relacionados às atividades físicas, bem como da ampliação das praticidades tecnológicas, há o aumento do quantitativo de pessoas sedentárias no Brasil contemporâneo.   Cabe ressaltar, inicialmente,que, a associação direta e estigmatizada entre a prática de exercícios físicos e a aquisição do corpo perfeito, em detrimento dos benefícios à saúde adquiridos pela dança, pelo esporte e pela musculação, legitima a falta de preocupação da maioria dos brasileiros com o bem-estar corporal.Sob tal perspectiva, analisa-se que, em decorrência da propagação dos padrões sociais de beleza pelos meios de comunicação, parcela  da sociedade é induzida a acreditar que as práticas físicas apresentam somente o objetivo de reproduzir e modelar corpos musculosos e esculturais. Dessa forma, torna-se perceptível  a secundarização da importância da realização das atividades corporais, praticadas nas academias e instituições de ensino para a prevenção de doenças metabólicas e cardiovasculares, bem como para a preservação do bom funcionamento da saúde mental.    Destaca-se, ainda, que com o desenvolvimento da Informática e da Robótica, a partir da Terceira Revolução Industrial, houve o aumento da dependência e da comodidade dos indivíduos com relação às facilidades adquiridas pelo uso dos aparatos tecnológicos. Sob tal aspecto, evidencia-se que a utilização exacerbada de itens, como: automóveis e eletrodomésticos, interfere no estilo de vida dos brasileiros, exigindo, assim, menor movimentação do corpo ao decorrer do dia. Dentro de tal ótica, pode-se perceber, mediante o caos e a aceleração do cotiano, a adoção naturalizada de tais atos sedentários pelos cidadãos: realizar pagamentos e compras no ambiente virtual,usufruir do carro em curtas distâncias e optar pelo uso do elevador e da escada rolante.    Sendo assim, constata-se que a análise equivocada das finalidades das práticas corporais, associada às facilidades tecnológicas, são fatores que auxiliam na instauração do sedentarismo no século XXI. Faz-se necessário,portanto, que, nos postos de trabalho, os empregadores possam contratar educadores físicos, a fim de realizar exercícios de alongamento e yoga com os funcionários antes da jornada laboral, de modo a desvincular a  atividade física de vaidade e estética. É fundamental,ainda, que as escolas e universidades forneçam acompanhamento psicológico e pedagógico aos pais e responsáveis para minimizar seus vícios e  dependências aos artigos tecnológicos.