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Enviada em: 10/05/2017

Engrenagem Humana       Em contexto com a 3ª revolução industrial, no qual o mundo ingressou numa etapa de profundas evoluções no campo tecnológico, evadir de suas consequências é quase uma tarefa impossível de ser evitada. O sedentarismo, ausência ou pouca atividade física, tornou-se uma das principais mazelas prejudiciais aos seres humanos e que vem sendo erroneamente ignorado por uma grande porcentagem da sociedade brasileira, levando em consideração aspectos humanísticos, sociais e até mesmo ambientais.       A obesidade, um fator que está presente na população brasileira desde a infância, tem várias de suas raízes ligadas a vida sedentária. Com o avanço da tecnologia, máquinas que preparam comidas, aparelhos que ajudam a emagrecer, medicamentos que prometem efeitos milagrosos, trazem as pessoas vários riscos, já que em muitos casos não cumprem o que prometem, mas afeta a saúde do paciente. Este tipo de descaso a valorização humana aparenta ser adivinhado por Michael de Montaigne ao afirmar que “O lucro de um é prejuízo de outro.”             A dependência tecnológica, naturalizada e cotidiana, é outro item que possui grande contribuição para construção e problematização do sedentarismo. Pessoas utilizam veículos até para pequenos trajetos, as comidas são encomendadas com direito a serviço de entrega, além do surgimento do “fast-food” e suas variantes. Costumes tendenciosos que consequentemente agravam a comodidade sedentária, proporcionando a ingestão de alimentos prejudiciais à saúde, senão também do favorecimento a poluição ambiental.       O surgimento de aplicativos de mensagens, videogames, e sites específicos de relacionamento, são ainda agravantes para concretização do comodismo mórbido, uma vez que substituem a interação presencial entre indivíduos. Atividades trazidas por encontros reais de cooperação para o gasto de calorias, como andar de bicicleta, brincar, passear, estão sendo substituídas pelas tarefas virtuais, que ao serem realizadas em excesso podem desencadear transtornos psicológicos como de fobia social, compulsão alimentar e ansiedade.       Desde a instituição de uma educação alimentar nas escolas com a participação de pais e familiares, até a realização de campanhas por parte de órgãos da saúde ao incentivo de atividades físicas e a interação social, passando pela criação da regulamentação do comércio estético pelo legislativo sobre a proibição de medicamentos sem efeito comprovado. Existem, portanto, caminhos para que possa reverter o cenário negativo gerado pela inatividade do homem, afim de desoxidar a máquina humana.