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Enviada em: 08/05/2017

Como a poesia da segunda geração romântica, o sedentarismo é, hoje, rotulado como mal do século. A semelhança entre a produção literária na época e a doença se configura na espera pela morte. Porém, se diferem na questão de como viver nesse período, pois uma preza pela boemia enquanto a outra edifica os confortos proporcionados pela casa e pela tela do computador.      Em primeira análise, o avanço da tecnologia, ao longo das últimas décadas, veio para promover um maior conforto para o ser humano. Porém, muitas dessas comodidades passaram a interferir diretamente no estilo de vida, exigindo menos a utilização do corpo e, consequentemente, aumentando o sedentarismo da população. Assim, tornou-se evidente que o desenvolvimento tem impactado de forma negativa aqueles que não têm discernimento suficiente para saber a hora de sair da frente da telinha e se movimentar.      Outro ponto que deve ser observado são os malefícios à saúde que o sedentarismo traz. Segundo dados extraídos de uma pesquisa realizada na Cidade do México, a falta de atividades físicas é um dos principais fatores que desencadeiam a obesidade, influenciando, também, a diminuição da expectativa de vida e aumentando o risco de problemas cardiovasculares. Mesmo com essas informações, quase 50% da população brasileira está na inércia. Isso evidencia a falta de iniciativa contemporânea, causada tanto pela falta de tempo imposta pelo sistema capitalista quanto pela carência de uma reflexão crítica acerca da realidade.      O sedentarismo é, portanto, um estilo de vida tóxico que precisa ser combatido. Em primeiro lugar, cabe aos pais o papel de estipular e ensinar a ter limites, estimulando, também, atividades ao ar livre, criando crianças conscientes que se tornarão adultos saudáveis. Ademais, faz-se necessário uma escola com caráter menos preparatório e mais voltada para fazer com que a reflexão crítica ocorra sempre, por meio da construção do conhecimento e não a transmissão dele.