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Enviada em: 21/05/2017

"Ai! Que preguiça!", frase cômica do personagem- título da obra de Mário de Andrade, Macunaíma, relata de forma crítica a cultura e costumes do povo brasileiro. No contexto não-literário, o comodismo promovido pela praticidade das sociedades modernas, converteu-se de protagonista a vilã destas. Assim, o sedentarismo atual é um fator de saúde pública e que induz a uma reversão comportamental deste quadro.      Segundo o filósofo Shopenhauer, o prazer e a felicidade são usados para satisfazer os anseios humanos e como artifício para anular um sofrimento passageiro. Análogo a essa visão pessimista do pensador, a busca por satisfações rápidas às frustrações e ansiedades da sociedade atual estão relacionadas à praticidade, e com isso, a um comodismo na aquisição do desejado. Logo, esse sedentarismo observável, a exemplo, em fast- foods, horas prolongadas na internet e a justificativa pertinente de "falta de tempo", tornou-se rotineiro entre uma parcela da população.        Além disso, o sedentarismo crescente no país é preocupante por ser uma questão de saúde pública. Dessa forma, práticas desportivas regulares e hábitos saudáveis minimizam riscos de doenças cardíacas, estresse, diabetes, entre outros. Todavia, conforme dados do Programa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), mais de 60% da população não pratica atividade física, enquanto outro estudo aponta o país como o segundo no ranking mundial no número de academias, o que incita métodos enérgicos a esta situação contraditória do país.       Diante dos fatos expostos, para promover uma cultura de hábitos saudáveis e inibir o sedentarismo da população do país, é imprescindível um trabalho conjunto entre gestores municipais e empresas correlacionadas, por Parcerias Público-Privadas (PPPs), a fim de construir mais praças e centros de convivência à prática desportiva, sob supervisão de educadores físicos e nutricionistas. Somado a isso, o apoio de escolas, mídia e associações de moradores na conscientização e engajamento da população são essenciais a um novo perfil de "Macunaíma" brasileiro.