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Enviada em: 10/08/2018

A modernização da cidade do Rio de Janeiro, em 1902, liderada por Pereira Passos, caracterizou-se pela campanha do "bota abaixo" - destruição dos cortiços - cujo efeito foi o desalojamento das camadas populares do Centro da cidade e sua expulsão para a periferia. Na atual conjuntura, essa situação não é diferente, uma vez que, a divisão socioespacial da sociedade é, ainda, vigente, representando, assim, um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada. Dessa maneira, é necessário avaliar-se as causas desse cenário, que prejudica, infelizmente, as relações sociais, para, então, combatê-lo.    De início, cabe salientar-se que, as desigualdades herdadas historicamente transmitidas de geração a geração perpetuam, ainda mais, a segregação das classes sociais. Segundo Émile Durkheim, o fato social refere-se à forma de agir, pensar e sentir, que se generalizam em todos os membros de uma comunidade. Observa-se que, esse isolamento pode ser encaixado na teoria do sociólogo, visto que, mesmo após 100 anos da reforma de Pereira Passos, ocorrida na Primeira República, ainda, é perceptível o crescimento da segregação socioespacial. Logo, torna-se claro, cada vez mais, a separação entre os brasileiros, principalmente, com o crescimento exacerbado dos condomínios fechados indo de encontro as favelas.     É notório, ainda, que as distinções entre os serviços públicos e privados oferecidos aos cidadãos, também, podem ser relacionadas à consolidação da discriminação social. Sabe-se que, a privatização dos serviços essenciais aos brasileiros, como educação e saúde, favorece as diferenças de tratamento e oportunidades entre as pessoas. Posto isto, as melhores escolas, hospitais e planos de saúde ficam restritos a uma parcela da sociedade, "os mais ricos", enquanto "os mais pobres" precisam enfrentar os caóticos serviços gratuitos. Ademais, as formas de entretenimento social seguem essa mesma lógica, mormente, os shopping centers, os quais são um símbolo do capitalismo, destinados aos indivíduos de melhores condições financeiras. Assim, essas diferenças contrariam o primordial direito democrático do cidadão, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantido pela Constituição Federal de 1988.      Portanto, a segregação das classes sociais requer ações mais efetivas para ser evitada na sociedade. Nesse sentido, o Governo Federal deve criar condições igualitárias à todos, por meio do Poder Legislativo, com leis promulgadas, que garantem maior atuação das ações afirmativas refente à renda salarial, além de maior investimento no campo da educação e da saúde, buscando equipar a qualidade dos serviços e financiar atividades que tenham como objetivo o bem comum, sem qualquer distinção. Espera-se com isso, facilitar a maior integração social e minimizar as diferenças.