Enviada em: 22/10/2018

Durante o período abolicionista no Brasil, o governo da época não emancipou os negros libertos, ou seja, esses tiveram que viver a margem da sociedade. Vale destacar que, a partir disso, e também do êxodo rural  as periferias começaram a se formar, o que culminou em uma urbanização acelerada e desordenada, observa-se que os serviços públicos de qualidade não chegam até esses indivíduos e quando começam a ser levados ocorre um processo conhecido como 'gentrifugação'.    Primeiramente, é importante avaliar esse processo como uma segregação 'socioespacial', quando alguns serviços públicos, como a construção de hospitais e escolas, chegam em uma determinada região periférica ele atrai o público da classe média/alta e com isso aqueles indivíduos que não conseguem pagar pelo aumento do custo de vida, acabam sendo "retirados" daquele ambiente. O geógrafo brasileiro Milton Santos, destaca que o cidadão passa a ser consumidor, já que somente quem pode pagar consegue usufruir dos serviços públicos de qualidade.     Além disso, as grandes empresas imobiliárias e os megaeventos contribuem para essa segregação, a primeira influência os políticos na construção, por exemplo, de asfaltos, praças, em determinadas regiões para valorizar o metro quadrado (m²) durante a venda do imóvel. O geógrafo David Harvey avalia os megaeventos, como a Copa do Mundo, um método usado pelos políticos para minimizar discussões sobre os impactos de novos projetos de urbanização, já que a comunidade, como um todo, fica empolgada com esses eventos.    Em vista dos argumentos apresentados, fica explícito que quando o crescimento positivo de uma região é fragmentado, existem divergências das classes sociais que ocupam esses espaços. O Governo brasileiro precisa criar políticas públicas de longo e médio prazo, mediante a oferta de serviços públicos de qualidade em todo o município, como iluminação pública e outros. O financiamento desses projetos devem vir de empresas privadas, e com isso elas recebem isenção de alguns impostos.