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Enviada em: 02/11/2018

Na obra naturalista, “O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo escrita em 1980, evidenciou-se o processo de modernização da cidade do Rio de Janeiro, em 1902, liderada por Pereira Passos, caracterizou-se pela campanha do "bota abaixo" - destruição dos cortiços - cujo efeito foi o desalojamento das camadas populares e sua expulsão para a periferia. Embora date de séculos atrás, a segregação social no Brasil hodierno é decorrente da desigualdade estrutural, a qual colocou serviços básicos de qualidade como um indicativo de status. Nesse aspecto, convém analisarmos as principais causas para o agravamento dessa problemática.       Em primeiro plano, ao analisar a precária oferta governamental de moradia, saúde e educação, em termos históricos, nota-se que esses são decorrentes da formação nacional. Segundo Michael J. Sandel, "O maior erro é pensar que serviços públicos são apenas para quem não pode pagar por coisa melhor, esse é o início da destruição da ideia do bem comum". Logo é válido indagar que a realidade atual precisa de uma modificação, à vista disso fica clara a necessidade de atuação do governo sob a questão.        Já em uma abordagem mais aprofundada, pode-se observar a falta de iniciativa do governo federal como um agravante desta questão. Fato comprovado pela enorme fila de espera de quem precisa de atendimento pelo sus, pessoas sem moradia e crianças sem acesso a uma educação de qualidade, devido, principalmente, a corrupção que não permite que o valor pago nos impostos volte de maneira adequada para a população. Dessa forma, é importante analisar que tanto o pensamento retrogrado de que o particular sempre será melhor que o público juntamente com o desinteresse estatal reforçam o status de segregação social.        A fim de solucionar esse empasse, é necessária a mobilização de certos agentes implicados em questões sociais. Portanto, o Ministério dos Direitos Humanos deve promover o acesso a moradias temporárias as pessoas em condição de rua, ou que habitam em moradias precárias, bem como acesso a outros serviços básicos assegurados pela Constituição Cidadã de 1988, por intermédio da associação com outros ministérios possam realizar mutirões de serviços para atender a essas demandas. Como resultado dessa nova perspectiva, espera-se diminuir os efeitos da segregação de classes no Brasil.