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Enviada em: 04/12/2018

A segregação de indivíduos não é uma problemática atual no Brasil, visto que ocorre desde os primórdios de sua civilização. A desigualdade social é herdada e intensificada, deixando em evidência a enraizada cultura de descriminação. Ao separar cidadãos ricos e pobres em ambientes distintos rompe-se a democracia, tendo em vista que a mesma frisa a igualdade e proporciona o encontro de indivíduos em diferentes contextos sociais.   De acordo com o professor Michael J. Sandel, a tendência de segregação, ou seja, o isolamento dos mais ricos, causa o processo de "camarotização". Uma vez que se cria espaços destinados a este publico, como escolas e hospitais privados, o processo torna-se evidente. Por consequência os mais pobres ficam a mercê de serviços públicos defasados e que não proporcionam a mesma experiência que aos privilegiados.   Ademais, a tímida porém afrontosa ascensão econômica da classe mais pobre, causa um rápido movimento de distinção pela elite, que procuram de algum modo ficar um passo a frente, de forma a manter a desigualdade. Deste modo, o indivíduo pobre ao adentrar cenários antes exclusivos de ricos, desencadeiam a não identidade, o não pertencimento a aquela realidade, visto que mesmo em iguais ambientes, ainda persiste uma violência simbólica derivada dessa distinção.   Portanto, a partir do exposto, podemos concluir que a democracia é fortemente abalada através da segregação social. O Governo Federal deve realizar reformas de infraestrutura em serviços básicos, como hospitais, e reformas educacionais em escolas públicas, com o intuito de diminuir a discrepância de experiências de indivíduos entre o sistema público e o privado, garantindo assim uma menor segregação social. Ademais, é de suma importância que cada cidadão brasileiro, independente de sua classe social, enxergue o próximo sem o olhar preconceituoso e discriminatório, a fim de assim romper a cultura de descriminação.