Materiais:
Enviada em: 11/03/2019

O escritor Jorge Amado, em sua obra Capitães de Areia, retratou o abismo social vivido por meninos na sociedade baiana, sofrendo com a segregação, devido às baixas condições dos personagens. Sob essa perspectiva, a consolidação do sistema democrático não reformulou tal cenário de desigualdade, apenas aumentou a distância entre as classes sociais. Dessa forma, o País sofre com o fenômeno de "camarotização", ou seja, a marginalização de indivíduos, o qual viola os preceitos morais e éticos presentes na Constituição Cidadã.  Mormente, ao analisar a historiografia do Brasil, nota-se que a segregação social não é um fenômeno recente, mas sim fruto da Colonização portuguesa, a qual inferiorizou os nativos enquanto elevava os colonos. Sendo assim, reflexos desse período são evidenciados na atual sociedade brasileira, principalmente visto na discriminação de indivíduos oriundos de regiões periféricas, violando o preceito de equidade da Carta Magna. Consequentemente, a marginalização de uma parte da população proporciona a entrada de jovens ao mundo do crime, a fim de almejar um status social perante a uma estratificação histórica, revelando um problema crescente e governamental.  Segundo o renomado geógrafo Milton Santos: Sociedade alienada é aquela que enxerga o que separa, mas não uni seus indivíduos. Desse modo, a democracia consolidada busca romper com as distâncias existentes entre os dois extremos brasileiro, entretanto, essa medida é vista apenas no papel, pois a realidade é marcada por desigualdade,por exemplo, os negros são os que mais sofrem, deixando evidente o processo de camarotização. Nesse viés,uma parte da população é beneficiada, enquanto a restante padece com uma infraestrutura social falha, formulando um ciclo vicioso de exclusão.  Urge, portanto, que a segregação de classes sociais é um fenômeno do Período Colonial presente na atual conjuntura brasileira, necessitando de medidas para romper com o abismo criado. Diante disso, o Estado, na figura do Poder Legislativo deve promover a criação de uma PEC, a qual garanta melhoria de vida das pessoas de regiões periféricas, desenvolvendo projetos socioeducativos por meio de parcerias com movimentos revolucionários e ONGS, com o objetivo de obter a integração eficaz, além de garantir os direitos provenientes da Constituição Cidadã. Outrossim, o investimento de capital na infraestrutura dessas localidades, através de criação de postos de saúde e creches. Por fim, essas medidas têm a finalidade de assegurar o rompimento do fenômeno de camarotização e o pensamento arcaico de inferioridade.