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Enviada em: 05/07/2019

Com base na premissa de Modernidade Líquida, em que é dito como a globalização tornou as pessoas individualistas e as relações instáveis, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, torna-se evidente que a globalização trouxe grandes transformações à sociedade. Entretanto, essas mudanças pautadas no consumismo e no individualismo promoveram uma camarotização da sociedade e, por consequência, a segregação das classes sociais no Brasil. Assim, é necessário discutir os aspectos individuais e sociais da questão e como ela se tornou um problema, em prol de mitigá-lo.       Primeiramente, é notório que a falta de convívio social entre pessoas de classes diferentes compromete a percepção da realidade comum pelo individuo, inserindo-o em uma bolha social. Nesse sentido, é perceptível, através do conceito de Individualismo Metodológico, em que o indivíduo se desvincula das crenças sociais, do intelectual Max Weber, que o sujeito passa a criar suas próprias crenças e tolerâncias. Dessa forma, o indivíduo concebe sua própria rede de afinidades com outros indivíduos de pensamentos e realidades parecidas e acaba por tomar essas, ilegitimamente, como verdades absolutas, distanciando-se do cotidiano dos demais cidadãos. Logo, garantir diversidade de ideias no cotidiano das pessoas é vital para torná-las mais conscientes e empáticas à realidade alheia.        Ainda sob esse viés, segundo o filósofo sul-coreano Byung-Chu Han, a sociedade moderna vive um estado de alienação e queda em seus valores morais. Sob tal análise, entende-se que o sujeito, ao estar imerso nesse espectro alienante, tende a aceitar de forma automática tais transformações, deixando de serem cidadãos para se tornarem consumidores. Assim, a segregação daqueles com pouco poder aquisitivo torna-se, infelizmente, inevitável em consequência da camarotização de ambientes antes tidos como comuns, como os estádios de futebol. Destarte, compreende-se que uma mudança de hábitos consumistas e uma inspeção dos valores tornou-se necessária na sociedade atual.       Portanto, a fim de atenuar o problema de segregação das classes sociais no Brasil, cabe ao Governo Federal viabilizar a exibição de propagandas, na televisão e também na internet, por meio de contratos com emissoras televisivas e parcerias com influenciadores digitais, como "youtubers" e "instagrammers", em que sejam mostradas as mais diversas realidades das classes sociais de forma didática e acessível a todos os públicos, com a finalidade de desvincular as pessoas de suas bolhas sociais. Além disso, cabe ao Ministério da Educação proporcionar rodas de conversas nas escolas, mediante a capacitação dos professores para tal atividade, para incentivar a nova geração a uma mudança dos hábitos consumistas e o reaprendizado dos valores morais. Assim, espera-se que os consumidores tornem-se cidadãos novamente e a modernidade possa motivar uma geração sólida.