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Enviada em: 19/09/2017

A palavra ''apartheid'' significa separação, e esse foi o nome dado a uma política de segregação étnica oficializada na África do Sul, em 1948, no qual os brancos detinham o poder e os povos restantes eram obrigados a viver separados dessas pessoas. De maneira análoga ao ocorrido já abolido, observa-se que o Brasil também possui esse tipo de isolamento, porém, social. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como a desigualdade pública e o preconceito social.      Em primeiro plano, vale ressaltar que apesar da Constituição Brasileira de 1988 garantir os direitos básicos aos cidadãos, isso não ocorre como deveria. Com a péssima qualidade dos serviços públicos, como o Sistema Único de Saúde, que apresenta enormes filas de espera e falta de profissionais, os pobres ficam sem acesso a saúde e as pessoas com boas condições financeiras se direcionam para os serviços privados, como hospitais particulares. Por consequência, a ''camarotização'' de espaços acontece, levando a diferença social a lugares e tratamentos distintos.      Ademais, convém frisar que o pensamento elitista ainda está enraizado na sociedade, um exemplo disso está na obra ''O cortiço'' do romancista Aluísio Azevedo, que apesar de ter sido publicado em 1890, ainda serve para evidenciar o fato supracitado. No livro, o dono do cortiço e seus inquilinos, retratam-se submissos em relação ao Miranda, um comerciante com triunfo e respeito social, que por ter mais aquisições financeiras, se estipula como alguém melhor que os pobres, como resultado, o preconceito social ocorre.      Portanto, os entraves elencados necessitam ser revertidos. O Governo Federal deve, através do Ministério da Educação, contratar mais profissionais e abrir mais hospitais, a fim de suprir a demanda e melhorar esse serviço. Além disso, através do Ministério da Cultura, ele também deve criar intervenções artísticas, abertas gratuitamente para todos os públicos, com artistas de todas as camadas sociais, com a intenção de alcançar uma miscigenação cultural. Dessa forma, a segregação social poderá deixar de fazer parte da realidade brasileira.