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Enviada em: 21/09/2017

"A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas."Assim dizia Karl Marx,filósofo prussiano,que tem sua tese cabível no que tange à segregação das classes sociais.Em face disso,tal tema,que envolve tópicos diversos,reflete a máxima " ter em detrimento do ser" como forma grave de afronta ao Estado Democrático de Direito-dignidade da pessoa humana.Nessa conjuntura,em pleno século XXI,no Brasil,urge a elevação dessa tangente discriminatória à condição de desafio ao Poder Público,à sociedade e às instituições educativas.      Em primeiro lugar,desde a construção da civilização judaico-cristã instituiu-se o "ser" como mais importante que o "ter".Com a ascensão do capitalismo,principalmente durante a Primeira Revolução Industrial,houve a inversão desses valores.Nessa ótica,o cenário de miséria e de exploração em que vivem a maioria dos indivíduos brasileiros é,de fato,fruto da herança capitalista formadora de discriminação,em que,hoje,os serviços públicos são tidos como produtos que só podem ser usados por quem não pode pagar algo melhor.Vale salientar que esse contexto acaba destruindo a ideia de bem comum,extinguindo o cenário democrático de que parques,hospitais públicos e escolas podem e deveriam ser usados por todos.       Em segundo lugar,no século XX,os estádios de futebol eram os maiores exemplos de ausência segregacionista.A prática dos empresários sentarem ao lado dos operários foi extirpada e,nas últimas décadas,o advento da "camarotização",alas privilegiadas,é refletido na notória diferença de preço cobrado nas passagens aéreas,nas festas e nos ingressos dos jogos de futebol,por exemplo.Isso se deve,sobretudo,ao devido aumento da presença das classes menos favorecidas nos locais públicos,afrontando a democracia que exige dos cidadãos exercerem uma vida em comum.Ademais,em meio aos inúmeros casos de segregação social,surgiram os fenômenos dos rolezinhos,que eram realizados com o intuito de promover a inclusão social,mas muitos empresários reagiram selecionando os indivíduos que poderiam entrar nos centros de comércio.        Logo,sendo notória a teoria de Karl Marx em que dizia ser a ação capaz de suprimir as injustiças estabelecidas até hoje,é necessário que o Poder Público intervenha por meio da eliminação de barreiras que estipulem a segregação,como a  diferença de preço nas mais diversas atividades sociais.Cabe ao Governo,também,investir nos patrimônios públicos como meio de incentivar a utilização de todos e eliminar a ideia de uso só aos que não podem pagar o que é privado.Por fim,a sociedade,junto às instituições educativas,deve trabalhar o conceito da sociologia,respeitando as diferenças para poder,assim,extinguir,aos poucos,a segregação das classes sociais no Brasil.