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Enviada em: 25/09/2017

Compondo a Cidadania    Para Émile Durkhein , o indivíduo só poderá agir a medida em que aprender a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais são suas origens e as condições de que depende. Entretanto, nota-se uma crescente segregação de classes sociais no Brasil, decorrente de diversos fatores históricos que acometem a população desde sua formação oficial até a contemporaneidade, portanto, associar sociedade e estado para compreender a cidadania e combater o desordenamento espacial do país é medida que se impõe.      A partir da industrialização e consequente urbanização, no século XX, o estímulo ao consumo tornou-se um fator primordial para a manutenção do sistema capitalista. Não obstante, no Brasil, em lugar do cidadão formou-se um consumidor, que pela formação social do país, os direitos tornaram-se privilégios e tiveram sua existência atrelada às questões de ordem econômica. Brutais processos de urbanização concentrada, excludente e com um crescimento econômico não acompanhado de distribuição de renda formaram, à medida que ocorriam, crônicos problemas de deterioração do potencial cidadão, que passa a estar extremamente associado ao ganho de bens materiais e à obstinada luta pelo ingresso no "milagre econômico" brasileiro. Criou-se desse modo, acentuada desigualdade social e marginalização dos mais pobres por carecem de meios para utilizar dos recursos de onde, geralmente, trabalham, nos centros urbanos.     Nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, existe um grande número de favelas, onde, muitas vezes, as moradias são construídas em locais inapropriados, o saneamento básico é precário ou não existe, o acesso à educação e aos serviços de saúde é mais restrito, o índice de desemprego é maior, sendo de 15,6% da população segundo IBGE, e, é claro, a renda dos moradores é baixa. Por outro lado, nessas mesmas cidades, existem diversos bairros de luxo, onde predominam os condomínios fechados, com saneamento básico eficiente, sistemas educacionais privados, excelentes atendimentos de saúde, mais e melhores oportunidades de emprego, além de uma grande concentração de renda daqueles que ali residem.     A partir do supracitado, então, compete ao governo adotar medidas que visem; investir e promover um sistema público eficiente através da educação e saúde, garantir que a recente reforma trabalhista venha a amenizar o desemprego e consequente desigualdade por meio da regularização de trabalhados autônomos e a sociedade concerne buscar seus direitos através de movimentos sociais organizados, pois somente unida e sem discriminação conseguirá atingir a verdadeira cidadania.