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Enviada em: 27/06/2017

Na obra “Memórias do Cárcere”, o autor Graciliano Ramos, preso durante o regime do Estado Novo – relata os maus tratos, as péssimas condições de higiene e a falta de humanidade vivenciadas na rotina carcerária. Similarmente, provectos fatores supracitados ainda se perpetuam no atual sistema carcerário. Nesse sentido, a atuação do governo e da sociedade tornam-se cruciais para extinguir tal problemática.    Inquestionavelmente, a morosidade e ineficiência da justiça contribui de forma significativa na superlotação e nas más condições dos detentos. De acordo com o levantamento feito pelo InfoPen (Informações Penitenciárias), 47,9% dos casos são crimes hediondos, o que tangencia a elevada quantidade de detentos e por consequência, rebeliões como a ocorrida em janeiro, na cidade de Manaus. Decerto, tal cenário dá subterfúgio ao quadro vigente e explicita o descaso de nossos regentes.      Outrossim, o deficitário sistema prisional continua à crescer devido a ausência de recursos em prol de tal classe. Indubitavelmente, a visão estereotipada que muitos pregam, de que, "bandido bom, é bandido morto", influencia decisivamente na ressocialização de respectivos. Porém, se esse modo de pensar não for combatido, o indivíduo terá dificuldades para se reintegrar na sociedade e por sua vez, voltarão ao crime.    Portanto, para que tal cenário se reverta, faz-se necessária a atuação do governo em investir na extensão de cadeias para evitar a superlotação e como solução paliativa, modificar ginásios desocupados, acrescentando-os a proteção necessária afim de que os detentos às ocupem, e assim diminua a atual lotação. Também, torna-se viável a efetivação do projeto de Lei 6977/10, que consiste em adotar medidas trabalhistas que envolvam os presos em atividades profissionais, com objetivo de ressocializa-los. Ademais, campanhas midiáticas sob a situação em que se encontra respectivos, seria importante para destrinchar os esteriótipos contraproducentes supracitados que a sociedade os impõe. Somente assim, a ideia de uma revolução carcerária deixaria de ser uma utopia.