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Enviada em: 30/06/2017

A questão do sistema carcerário no atual cenário nacional impera não só o fato de que trata-se de uma consequência da péssima redistribuição de capital e também da ausência de políticas públicas. Pierre de Bourdieu acredita que os crimes são produtos dos excessos sociais, sob tal perspectiva, destaca-se que com a gritante desigualdade social que cerca o Estado, é de caráter humano buscar por métodos alternativos, que no caso seria por intermédio do ambiente criminal, um modelo para ser aceito no meio social contemporâneo. De tal modo, fundamenta-se as seguintes questões: O que leva um cidadão, dotado de razão a ir para o submundo criminal e quais são as suas principais consequências diante de um contexto hodierno.       Primeiramente, destaca-se que, pelo intermédio criminal, é vista por muitos indivíduos que estão localizados às margens dos processos de inclusão social um meio fácil de atingir o gozo próspero de uma vida digna. Com a ausência de políticas públicas que deveriam ser de acesso primordial de cada cidadão como por exemplo, auxílio escola, bolsas de estudo em faculdades e uma melhor distribuição de renda, dirige o pensamento social a questões somente de vontade própria do indivíduo quando o mesmo é inserido ao meio criminal, quando na realidade, o meio proporcionou-lhe à isso.       Sob tal perspectiva, impera também destacar que, as consequências da superlotação de presídios é desumana, haja vista que, em celas que cabem 3 indivíduos há números exacerbados ultrapassando o limite. A mudança do indivíduo não se dá apenas pela restrição de sua liberdade por intermédio penal, mas sim, por métodos educativos, isto é, não é a prisão que mudará o indivíduo, e sim uma chance de um novo começo. Ter em vista que, os fatos sociais que levam o indivíduo a ter que entrar para o mundo do crime não é culpa dele, e sim culpa da sociedade que lhe proporcionou isso, levando o ser a cadeias, de péssimas qualidades, com superlotação, sucateadas, com revoltas armadas e totalmente insegura não irá mudar o comportamento do cidadão, mas sim, despertar o ódio humano.                   Em suma, é necessário que o Estado por intermédio de verbas públicas infira de forma direta na aplicação de verbas em setores do Ministério da Educação, e também no Ministério da Cultura, levando à uma melhor disposição dos indivíduos em um cenário que lucra com a própria insegurança. Cabe também, com a utilização de verbas públicas arrecadadas em tarifas alfandegárias uma melhor administração de presídios, levando cultura e educação aos mesmos. Para finalizar, de acordo com as leis de Newton, um corpo que permanece em repouso tende a permanecer no mesmo, a sociedade encontra-se em repouso, e é de suma importância retirar-se de tal estado com propagandas e visibilidade da questão dos presidiários.