Enviada em: 07/07/2017

Em Crime e Castigo, Fiódor Dostoiévski afirma: "O criminoso, no momento em que pratica o seu crime, é sempre um doente". O objetivo do escritor russo com a obra - era despertar humanidade nas pessoas empedernidas - levantando questões da existência humana, tais como o sofrimento e os tormentos da mente de um criminoso. Da mesma forma, o sistema carcerário deveria buscar esse propósito do autor, entretanto, o que se nota são penitenciárias degradantes, normalmente definidas como: medievais, precárias, insalubres, desordenadas, ou seja, caóticas.       O primeiro castigo do transgressor é o da própria consciência, que o julga e que nunca o absolve, pois sabe que violou limites da conduta humana e precisa do castigo para alcançar o equilíbrio novamente.      O segundo vem com a falta de infraestrutura das prisões, sistemas lotados, detentos provisórios misturados com os condenados, facções administrando os  presídios, um depósito de pessoas amontoadas e ociosas em celas que mais parecem experimentos aristotélicos, para comprovar a geração espontânea, com ratos presos em gaiolas providas de migalhas de pão e roupas sujas para proliferar a especie. Ratificando o desrespeito à dignidade humana.        Dessa forma, medidas devem ser adotadas para transformar essa matriz do crime em um sistema eficiente de ressocialização. Para isso, o MJ deve digitalizar e organizar todos os processos, separando-os conforme o caráter do crime e a reincidência do acusado, alcançando dessa forma a redução da morosidade e aumento da eficiência do judiciário. Além disso, os grupos triados serão encaminhados para prisões menores e mais produtivas, com acompanhamento psicológico, recebendo qualificação profissional e obras clássicas para leitura e interpretação, com o objetivo de aprimorar sua índole, fazendo-os refletir sobre as razões pelas quais estão presos. Assim, quando suas penas forem cumpridas, poderão sobreviver ao sistema capitalista e não voltar a ser "peões" do crime, enquanto "reis e bispos" vivem seus sonhos roubados.