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Enviada em: 28/06/2017

Descaso aos detentos            A criminalidade pode ser observada como uma consequência do capitalismo global dissipado pela Revolução Industrial no século XVIII, já que o dinheiro centralizado na sociedade opulenta acentua a desigualdade social. Devido a essa disparidade social, o Brasil apresenta altos índices de criminalidade, entretanto o sistema carcerário apresenta instabilidade, superlotação e condições desumanas. Isso ocorre devido à delonga da justiça e aos níveis significativos de reincidência.        Estudos revelam que 40% dos presos brasileiros ainda não foram julgados, tendo em vista a lentidão do sistema de justiça criminal em responsabilizar o indivíduo por um ato criminoso. Em virtude disso, muitos presos provisórios ficam mais tempo detidos do que o tempo predestinado em suas posteriores condenações. Desse modo, o problema de superlotação e más condições acabam se agravando, já que o detento permanece mais tempo que o necessário no presídio.       Somado a isso, o processo de inclusão do ex-detento na sociedade é um tanto quanto incerto, uma vez que esta alimenta preconceitos relacionados à conduta do passado deste indivíduo. Consequentemente, o ex-presidiário não consegue um emprego formal que o possibilita acesso à moradia, saúde, lazer e educação, por exemplo. Portanto, o sujeito recorre novamente à criminalidade e acaba dentro do ciclo vicioso que o leva para o presídio, acrescendo mais um número nos indicadores quantitativos.       Depreende-se que a crise do sistema carcerário brasileiro apresenta origem de esfera  judicial e social. Dessarte, o Ministério da Justiça deve investir recursos na contratação de agentes responsáveis pelos julgamentos, afim de agilizar os processos e reduzir o número de presos nas penitenciárias. Somado a isso, o governo deve oferecer incentivos fiscais à empresas que contratam ex-detentos, contribuindo para a inclusão social destes. Dessa maneira, haverá uma melhora significativa a médio prazo nos presídios brasileiros.