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Enviada em: 01/07/2017

O sistema carcerário sempre apresentou determinada relação com os diferentes períodos históricos. Na Antiguidade, serviu para alocar prisioneiros de guerras, enquanto na modernidade, representou, pela Tomada da Bastilha, o início da Revolução Francesa. Atualmente , entretanto, os presídios brasileiros, por não acompanharem a rápida transformação social, representam uma forma contemporânea das senzalas escravocratas.              Nitidamente, percebe-se que as cadeias atuais não representam um sistema efetivo de reeducação do detento. Na verdade, elas têm apenas a função de punir aqueles incapazes de seguirem as leis, uma triste semelhança com os castigos impostos pelos proprietários de terras aos escravos, na época escravista. Desse modo, o contingente carcerário tende a aumentar gradativamente, já que o indivíduo retorna ao meio social , na maioria das vezes, sem escolaridade ou instrução psicológica adequada, obrigando-o, novamente, a praticar delitos como forma de sobrevivência. Liberdade, portanto, análoga a abolição da escravidão, pois as pessoas são abandonadas numa sociedade ainda preconceituosa.       Diante disso, é importante destacar a precariedade do nosso sistema penitenciário. Isso acontece a partir do momento em que o tecido social acredita ser fundamental investir não nos presídios, mas apenas em escolas. Ocorre que esse pensamento é equivocado, pois o ideal seria investir para torná-los ambientes educadores e, sobretudo, com capacidade de integrar, na sociedade, os ex-detentos. Sem esse planejamento, as prisões apenas corroboram o pensamento de Jean Paul Sartre de que a liberdade é uma condenação ao homem. Concretizando-se em casos como o de um catarinense com histórico de 33 passagens pela polícia.         Portanto, o Governo precisa aumentar os investimentos em penitenciárias, para garantir, por meio de professores e psicólogos, a reeducação dos presos. Pode fornecer, ainda, cursos técnicos, a fim de dar-lhes um trabalho alternativo ao serem soltos. Também é interessante a participação de empresas privadas, uma vez que , dentro dos presídios, podem ser instaladas bicicletas produtoras de energia elétrica - já existentes. Com isso, é possível que o preso possa trabalhar e guardar uma reserva de dinheiro para a posterior liberdade. Assim, é possível fazer desse Pan-óptico um sistema de transformação coletiva.