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Enviada em: 02/07/2017

Embora a escravidão tenha sido abolida em 1888, até hoje há seus resquícios na sociedade brasileira. Por ter ocorrido de maneira desorganizada, isso é, sem medidas de inclusão social aos negros, esse grupo ficou desamparado. A carência de oportunidades e disparidade econômica entre uma elite branca e ex-escravos, possibilitou que os mesmos vissem em furtos e assaltos um caminho para ascensão social. Por esse motivo, mais de 60% da população carcerária é negra, segundo dados do Infopen, sendo justificados por razões históricas. Nesse sentido, para que os problemas nos presídios, como a superlotação, sejam superados, é necessário que o Brasil invista em sistemas de inclusão e combate ao preconceito racial.   Por outro lado, no imaginário popular, a função do sistema carcerário é meramente punitiva. Entretanto, não pode se restringir a isso, devendo ser também educacional. Para observar isso, basta imaginar um indivíduo que se corrompa e apenas seja castigado. Nesse contexto, não existirá garantia de que o sujeito ao retornar à sociedade não repetirá os mesmos erros, visto que não aprendeu devidamente os seus deveres como cidadão. Logo, é essencial que ONG's se insiram em presídios a fim de oferecer aulas sobre filosofia e sociologia, ensinando sobre política e sociedade aos presidiários. Desse modo, esses indivíduos não apenas serão punidos, mas também educados a fim de estarem aptos à reintegração social.  Além disso, é indispensável ressaltar os impactos do racismo. Uma vez que a população negra compõe majoritariamente a população presidiária, é preciso que medidas estatais abranjam esse grupo a fim de que reverta a dívida histórica existente. Para isso, é primordial a expansão de cotar raciais em diversos setores, como em universidades e concursos públicos. Dessa maneira, a maior oportunidade de ascensão social ao grupo possibilitará não só que a população carcerária diminua, mas também a violência no país.    Em suma, a solução da questão do sistema carcerário não é a construção de presídios, mas a destruição dos pilares que sustentam a criminalidade. Destarte, campanhas do Estado em parceria à mídia sobre o combate ao racismo devem ser realizadas, pois irão proporcionar uma maior integração dos negros à sociedade, podendo ser feitas através de outdoors ou propagandas comerciais. Outrossim, é imprescindível que o Ministério da Justiça crie programas de ensino em presídios, através de concursos para professores da área de ciências humanas. Assim, o número de retorno de ex-presidiários às selas será ínfimo. Por conseguinte, os impasses à consolidação de um sistema carcerário de êxito serão contornados.