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Enviada em: 08/07/2017

No final do século XX o Brasil possuía, a cada 100 mil pessoas, cerca de 100 presos. Em menos de vinte anos esse número mais do que triplicou, trazendo instabilidade ao sistema judiciário. A morosidade dos processos de condenação e a inexistência da reabilitação são os principais agravantes de toda a problemática.            O País é o terceiro no mundo em número relativo de detentos, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. A lentidão da avaliação dos processos no judiciário faz com que cerca de 170 dias sejam necessários atrás das grades antes do julgamento, e destes detentos, quarenta por cento não são condenados. Outrossim, a péssima infraestrutura de grande parte dos presídios obriga os presos ainda não julgados à convivência com pessoas condenadas, dentro de celas com suporte máximo para oito pessoas, preenchidas pelo dobro dessa quantidade, causando tumultos e superlotação           Sabe-se que, após o cumprimento de sua pena, o condenado tem direito à devida reinserção na sociedade por fins educacionais, mas isso quase nunca se efetiva. De acordo com dados do CNJ (conselho nacional de justiça), setenta por cento dos presos retornam ao mundo do crime, após serem soltos. Isso mostra não só como a reabilitação é ainda precária, como também necessária à reconstrução da cidadania nos cárceres. Como ressalta Confúcio, "não corrigir as falhas é o mesmo que cometer novos erros", ou seja, a reabilitação é fundamental para a admissão de detentos na sociedade novamente.              A partir do exposto percebe-se quanto o problema está enraizado em profundas concepções da própria consciência humana, por isso é necessário seu rearranjo para a melhoria da condição de existência de todos no país. A começar pelo incentivo à criação de cargos para pessoas capacitadas aos julgamentos, além de uma completa reforma no sistema de seleção de crimes, ampliando-o a uma esfera nacional, a todo o país. Aquém disso está a própria consciência humana, pois é necessário, sobretudo, a captação de recursos para ampliação de programas como o "Proerd", que evitem a entrada de pessoas no mundo do crime através da educação. Sendo assim haverá a diminuição completa do súbito avanço dos crimes na sociedade, ressaltando a famigerada afirmação de Kant: "O ser humano só é aquilo que a educação faz dele".