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Enviada em: 11/07/2017

Superlotação, desorganização e mortes. Três palavras que representam o atual cenário do Sistema carcerário Brasileiro. O Brasil já consta na lista dos países com maior número de detentos, chegando em 2017 ao exorbitante valor de 607 mil indivíduos. Para piorar, além de ser um dos únicos países em que os números tendem a aumentar, no início desse ano rebeliões em presídios de todo o país aconteceram por causa das mortes de prisioneiros. Isso alertou o governo e a população e ajudou a comprovar que o Sistema prisional do Brasil possui graves problemas.      Não existe a devida organização nos presídios nacionais. Um dos passos fundamentais para conseguir fazer com que um sistema dessa importância funcione é decidir quem, e o que cada pessoa que ali trabalha deve fazer. Desde o porteiro ao responsável por prender os malfeitores, todos devem ser profissionais capacitados e acostumados a enfrentar as situações que podem vir a acontecer. Essa falta de organização faz com que se espalhem pelo país casos de bandidos que dentro da cadeia conseguem chefiar e monitorar facções criminosas, o que é um fruto da falta de vigilância que ocorre graças ao fato do responsável pela monitoração não ser capacitado ou estar exercendo outra função no momento.         Além disso, o governo não oferece o suporte necessário para uma boa administração do sistema prisional. Não é possível existir organização em uma penitenciária que suporta 2000 detentos, mas abriga 5000. Apesar da crise econômica que ataca o país, eventos bilionários aconteceram em 2014 e 2016, como a Copa do Mundo da FIFA e as Olimpíadas do Rio, o que comprova que de algum capital o governo dotava. Enquanto arenas milionárias foram construídas, detentos que eram transferidos de suas penitenciárias, resultado da falta de espaço, facilmente fugiram e provavelmente voltaram a provocar mazelas na sociedade.         Portanto, diante de tudo que foi dito, é possível compreender algumas das adversidades do Sistema carcerário nacional. Apesar da criação de projetos por parte do governo, como o Grupo Nacional de Intervenção Penitenciária, é preciso criar redes que ajudam a organizar o funcionamento dos presídios. Uma rede de profissionais capacitados pode trabalhar em um esquema que perceba a participação de detentos em crimes dentro da sociedade, como acontece em sequestros e trotes via celular. Ademais, o governo deve continuar investindo na infraestrutura dos presídios e construir novos prédios. A população sabe e cobra que o pouco dos recursos que o país possui deve ser investido na educação e saúde, mas é importante reconhecer que a segurança nacional depende diretamente de um bom funcionamento do Sistema prisional brasileiro.