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Enviada em: 12/07/2017

O ano de 2017 foi marcado por uma das mais graves crises carcerárias já existentes no Brasil. Rebeliões e assassinatos em presídios do Amazonas, do Rio Grande do Norte e de Manaus evidenciaram a criticidade da situação. O sistema prisional do país urge por reformas de cunho ideológico e estrutural.       Primeiramente, é necessário disseminar, em uma população que aparentemente ainda defende a Lei de Talião, o real objetivo do aprisionamento: a ressocialização. A cobrança social pela punição de delitos a qualquer custo teve como consequência a superlotação das penitenciárias do país, onde estima-se que quase metade dos encarcerados ainda não foram julgados. Situação essa que é, ainda, agravada pela carência de defensores públicos e a lentidão do sistema judiciário brasileiro. Portanto, é necessário reavaliar a viabilidade de penas alternativas e investir na agilidade dos julgamentos desses presos.       Encontrando fomento na baixa capacitação dos agentes carcerários, essa elevada concentração de presos consegue facilmente manter a articulação de facções criminosas dentro dos presídios, revelando a ineficácia do sistema em ressocializa-los. Estima-se que menos de 10% das penitenciárias brasileiras possuam mecanismos que auxiliem nesse processo, tais como escolas e trabalhos. Desse modo, ao final das penas, os presos voltam às ruas sem perspectivas de emprego.       Fica claro, assim, que a situação do sistema carcerário brasileiro é calamitosa. Para reverter esse cenário, é necessário que a mídia promova a conscientização da população sobre a real necessidade das prisões por meio da exposição em novelas. O governo, por sua vez, precisa instaurar a capacitação semestral dos agentes penitenciários e realizar mutirões periódicos pra dar celeridade aos julgamentos dos presos temporários. Ainda, é necessário firmar parcerias público-privado para instalar postos de trabalho e escolas dentro dos presídios, auxiliando de maneira eficaz na ressocialização dos detentos.