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Enviada em: 12/07/2017

Criador do justiceiro Batman, o cartunista Bob Kane trouxe aos quadrinhos uma enorme prisão . Contudo, com o passar dos anos, o sanatório ficou lotado, o que facilitou a fuga do Coringa. Fora dos gibis, tais problemas são uma realidade no Brasil, onde a população carcerária cresce 7% ao ano e o encarceramento de criminosos não impede a violência e a reincidência de delitos, tornando necessária a tomadas de medidas para resolver a questão.    Lançado em 2014, o livro ''Presos que Menstruam'' relata as dificuldades vividas pelas presas brasileiras. A falta de suprimentos de primeira necessidade, como absorventes e sabonetes, torna-os moedas de troca entre as detentoas e as gestantes recebem pouco ou nenhum auxílio médico na hora do parto, tornando frequente casos de hemorragia e infecção. Ademais, a ausência de recursos é um reflexo da superlotação presidiária em nosso sistema, feito para 317 000 pessoas, abriga atualmente mais de 600 000, dificultando a administração dos presídios e desrespeitando os direitos humanos.     Contudo, muitos problemas dificultam a solução do impasse. O descaso do Governo com os detentos faz com que o investimento na construção de novos presídios e na compra de objetos de primeira necessidade seja cada vez menor. Além disso, a exagerada burocracia do sistema judiciário atrasa os julgamentos e aumenta o tempo de detenção dos réus, contribuindo para a superlotação do sistema carcerário brasileiro.     Entretanto, tendo em vista que mais de 280 mil brasileiros estão presos sem sentença definida, o Sistema Judiciário deve reduzir a burocracia envolvida no julgamento dos réus, por meio do aumento da quantidade de juízes disponíveis e da agilização dos processos. Além disso, a Receita Federal deve destinar uma parcela maior dos impostos arrecadados na construção de novos presídios e , em parceria com o Ministério das Comunicações, realizar campanhas midiáticas que incentivem a doação de objetos de higiene pessoal aos detentos.