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Enviada em: 15/07/2017

Um investimento sem retorno. É isso que o sistema carcerário brasileiro é hoje, tanto para o Estado quanto para os cidadãos pagadores de impostos. A política de encarceramento na qual 40% do presos ainda não foram nem sequer julgados, que se baseia na ociosidade e gera quase 70% de reincidência não tem funcionado a muito tempo. Em primeiro lugar é preciso lembrar que o Brasil hoje tem a quarta maior população carcerária do mundo e a segunda maior taxa de encarceramento. A superlotação gerada por isso tem negado a essas pessoas condições básicas de sobrevivência e a exemplo de países como a Russia e a China, que também tem números exorbitantes como o Brasil, abusos,arbitrariedades são constantes  não punidos. Vale também ressaltar que o "sistema de punição" que leva a prisão compulsória no Brasil não tem feito muito em relação aos índices de criminalidade que continuam crescendo no país. A ideia de trancar alguém durante alguns anos sem oferecer nenhuma capacitação profissional ou educação para que essa pessoa possa se reintegrar na sociedade ao fim da pena joga fora um potencial de força produtiva enorme enquanto não faz nada para diminuir a reincidência de crimes. Assim fica claro que o sistema carcerário brasileiro não só é quase medieval, mas também contribui para o aumento ou manutenção da criminalidade enquanto nada mais faz além de aumentar a desigualdade com a qual a população precisa viver.É preciso então que o Estado brasileiro se encarregue de garantir defensores públicos e julgamentos em tempo hábil e que realize mutirões periódicos para rever penas, para garantir que quem está dentro dos presídios realmente precise estar lá. Além disso é preciso que os profissionais que atuam dentro deles sejam capacitados e treinados, enquanto em parceria com a iniciativa privada se construa mais penitenciárias e sejam instalados nas já existentes programas de educação profissional e de ressocialização. Só assim poderemos começar a  mudar essa realidade absurda que o país vive.