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Enviada em: 26/07/2017

O destino dos libertos       O inicio de 2017 foi marcado por uma onda de massacres que ocorreram em diversos presídios no norte do País. Apesar de recente, há 30 anos o massacre do Carandiru já denunciava a ineficácia do sistema prisional brasileiro, mostrando sua ineficiência. Longe de seu papel social, faz-se necessário uma reestruturação visando resgatar seu real objetivo: a reabilitação e inclusão de presos na sociedade.       Na década de 20, o Brasil adotou a seu sistema prisional o propósito sócio-reeducativo que substituiria o foco punitivo das prisões. Porém, ao longo dos anos, problemas como a falta de investimento no setor tornou essa meta cada vez mais inalcançável e acumulando novas consequências. Dessa maneira, estruturas precárias, a falta de instrumentos básicos de higiene e a proliferação de doenças trouxeram a vida dos retidos aspectos de desumanidade.       Além disso, a super lotação e a ausência de trabalhos reeducativos eficazes tornaram o ambiente prisional uma verdadeira selva. Dentro do princípio Darwiniano, somente o mais adaptado sobrevive e, para isso, presos são obrigados a associarem-se às facções criminosas com o intuito de ampliar suas chances de sobrevivência dentro do cárcere. Assim, independente do tipo de crime que cometeram, acabam envolvidos em esquemas criminosos tornando a reincidência quase inevitável.       Fica evidente, portanto, a necessidade de medidas que amenizem essa problemática. Para isso, o Estado deve ampliar os investimentos no setor a fim de inserir programas de reabilitação aos condenados, trabalhando seus problemas de forma individual, como tratamento para dependentes químicos, terapia para violentos, entre outros. Ademais, em parceria com ONG's e instituições religiosas que realizam trabalhos sociais, o Governo deve incluir cursos profissionalizantes e em troca de incentivos fiscais, trabalhar com empresas na contração daqueles que são libertos, dando-lhes perspectiva de vida além do crime. Dessa forma, o período de reclusão tornará-se mais humano e a verdadeira função adaptativa do sistema carcerário se cumprirá.