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Enviada em: 02/08/2017

O modelo do sistema carcerário brasileiro que está em vigor foi construído para servir aos senhores de engenho, em tempos de revolução, em que o pensamento acerca da pessoa presa era completamente diferente dos vividos atualmente. Na época da escravidão, os presos viviam em péssimas condições de higiene e maus tratos. Ainda hoje, verifica-se que esse cenário em nada mudou. O Brasil é o quarto país do mundo em número de presos e esse número tende a aumentar progressivamente. Desse modo, é necessário que façamos a seguinte reflexão: O que se pode fazer para reverter esse problema ?       Nos últimos 15 anos houve um salto de 233 mil em 2000 para 622 mil presos no final de 2014, agravando ainda mais o quadro do sistema penitenciário do país, que é, a um só tempo, sintonia de uma série de problemas. A falta de estrutura vivenciada diariamente pelos presidiários faz com que estes travem uma luta pela sobrevivência. Mesmo vivendo em um sistema fechado, a superlotação das penitenciárias, a falta de higiene, a má alimentação e a danificação das celas propiciam a margem ao descaso. Tal condição pode ser relacionada com a visão determinista, a qual diz que o homem é fruto do meio em que vive. Sendo assim, se essa visão da sociedade e, até, mesmo das autoridades não for combatida, o indivíduo terá dificuldades para se reintegrar na sociedade e em muitos casos acaba voltando para o mundo do crime.       Outro fator que deve ser considerado é o aumento do número de mulheres nas penitenciárias brasileiras. A prisão das mulheres desestrutura famílias inteiras, facilitando a reprodução das condições do aumento da criminalidade, pois na maioria dos casos, com a falta de uma figura feminina no lar, as crianças de certo modo ficam propensas a seguirem as atitudes da mãe, por acreditarem que  é o certo a se fazer. Nesse sentido, tais aspectos revelam a falta de políticas que prezem pela saúde feminina e ainda assim, escondem o descaso com relação as mulheres grávidas.        Portanto, é necessário que o Estado utilizando de seu poder faça valer o que está previsto na Lei de Execuções Penais (LEP), ou seja, evitar que pessoas inocentes e réus primários convivam com criminosos de carreira e facções, diminuindo portanto a superlotação. Além disso, o governo pode também pode investir na reforma das penitenciárias, propiciando melhores infraestruturas.  A escola por sua vez deve difundir no âmbito escolar uma cultura de criticidade para que os estudantes se atentem a real situação do problema. Já a família dos presidiários devem acompanhar sempre que possível o dia a dia de seu entes, para que estes se sintam acolhidos e não voltem a ter atitudes criminais.