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Enviada em: 30/07/2017

Em uma penitenciária norte-americana, detentas usam o uniforme de cor laranjada. Esse é o cenário do seriado "Orange is the new black", no qual, o dia a dia dessas mulheres é evidenciado na forma de ficção. Já na realidade brasileira, no interior dos presídios, há superlotação e guerras entre facções rivais, levando presos a viver em condições sub-humanas e sob ameaça constante de morte. Qual é o preço de uma vida dentro do sistema carcerário e até quando esse caos existirá?      A população brasileira cresceu exponencialmente no século vinte, passando de setenta milhões na década de setenta, para mais de duzentos milhões atualmente, o que ocorreu na mesma proporção com a população carcerária. É evidente notar que isso aconteceu e continuará quer seja pela falta de agilidade nos processos penais, visto que quase cinquenta por cento aguardam seu julgamento privados de liberdade, quer seja pela cultura nacional de encarceramento a qualquer custo.      É importante avaliar e comparar as penitenciárias brasileiras com de outros países. Em terras tropicais, não há nenhuma expectativa de ressocialização visto o ambiente precário no qual esses indivíduos estão inseridos. Na Europa, especificamente na Noruega, presos possuem toda uma estrutura e programas para uma futura nova inserção na sociedade. O exemplo deve ser seguido, pois a taxa de reincidência criminal é de apenas vinte por cento segundo dados estatísticos noruegueses.      Portanto, medidas são necessárias para resolver esse impasse. A humanidade de presidiários brasileiros deve ser respeitada e colocada acima do caos instaurado. O Congresso Nacional, juntamente com o Conselho Nacional de Justiça precisam atualizar a legislação vigente a fim de diminuir a crescente privação de liberdade em casos de delitos leves, com penas alternativas. Além disso, mutirões com procuradores e juízes seriam um meio de agilizar processos penais e diminuir o número de indivíduos encarcerados sem julgamento. Só assim, com um foco estabelecido, os presidiários terão os direitos humanos respeitados.