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Enviada em: 01/08/2017

Na obra "Encarcerado", a escritora Lílian Fleury aborda em seu romance sobre as dificuldades e maus-tratos do sistema prisional vividos durante o regime militar. No entanto, o livro que aborda uma crítica do século XX, pode ser comparado de forma análoga na contemporaneidade, tendo em vista, a persistência dessa mazela social no século XXI.       É necessário pontuar, de início, a má infraestrutura disponibilizada pelos presídios, tendo como potencializadores dessa problemática, a superlotação e deterioração das celas e, até, a falta de água potável, provando assim, a falta de subsídio à integridade humana, visto que os indivíduos estão postos à margem do desprezo. Ademais, segundo o olhar do sociólogo Rousseau, o homem é produto do meio. Dessa forma, diante do descaso humano, o indivíduo terá dificuldades para se reintegrar na sociedade e, podendo ter como consequência, o retorno ao crime.        Outrossim, a negligência quanto às condições higiênicas dos presídios femininos incrementam essa série de problemas. A Jornalista Nana Queiroz, em sua obra "Presos que menstruam" narrou a realidade das milhares de mulheres no dia a dia do programa carcerário, tendo como foco, a exclusão dos cuidados íntimos da mulher, vide a falta de absorventes e, em muitas prisões, ausência de acompanhamento ginecológico. Diante desses aspectos, a falta de manutenção por parte de políticas públicas é visível e evidenciada novamente, sobre o tratamento destinado às gestantes, que não possuem métodos especializados durante a gravidez e tampouco o auxílio médico na maioria dos sistemas presidiários.         Dado isso, a maneira no qual os presos se encontram, ferem os direitos humanos e, por isso, mudanças fazem-se urgentes. Segundo o sociólogo contratualista Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir harmonia social. Diante disso, o Governo deve investir na extensão de cadeias para evitar a lotação e, como solução paliativa, usar caminhões pipa para suprir a carência de água potável. Além disso, atividades pedagógicas ou esportivas, intermediadas por ONGs, darão aos detentos a oportunidade de reinserção social. O acesso à saúde pública é um direito universal, logo, são imprescindíveis equipes médicas e a fiscalização desses cuidados, principalmente em relação à saúde da mulher. Assim, garantiríamos que as condições dos detentos não fossem enfrentadas de forma desumana