Materiais:
Enviada em: 02/08/2017

Na década de 90, quando houve mais de cem mortes na Penitenciária Carandirú, obteve-se um grande exemplo de quão desestruturada é o sistema penitenciário brasileiro. A desqualificação da gestão pública e a apatia por parte da população contribuem para novos cenários como esse, alem disso, depois de muitos anos de falência, eclodiu nas ruas uma grande crise de violência que antes eram sentidas apenas dentro das prisões.     O âmago da situação prisional brasileira é histórica, problemas como educação precária, desestruturação familiar e as raízes escravocratas colaboram no crescimento gradual de presos. A desestruturação aliada com a falta de investimentos na educação auxiliam a criação de um povo ignorante e sem perspectiva para mudar de vida. Outrossim, conforme pesquisa do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias do Ministério da Justiça, 53% dos detentos são negros, mostrando que as mazelas escravocratas - preconceito, pobreza, falta de conhecimento - ainda perduram, acarretando essa disparidade. Paralelamente, o aumento de rebeliões tem-se mostrado cada vez mais crescente, tendo ocorrido no início de 2017, na região Norte, uma que vitimou mais de 50 presos.     Além disso, presídios com superlotação, falta de comida e higiene quase inexistente, corroboram na manutenção da agressividade e violência desses indivíduos, sendo mantido mesmo padrão psicológico de quando entraram. Com a apatia advinda da sociedade e a falta de penas alternativas para aqueles que não foram julgados - segundo Ministério da Justiça, mais de 40%do regime carcerário é composto por aqueles que não foram julgados - que deveriam receber tratamento para serem realocados em sociedade, voltam de forma mais violenta, ocasionando novos crimes e a reincidência para o cárcere. Por conseguinte, a falta de gerenciamento forma o estopim para novas rebeliões, obtendo a sociedade como a principal vítima.     Advindo disso, diversas medidas deverão ser postas em prática, como projetos sociais em cadeias que busquem inserir o preso em tarefas como marcenaria, cujo valor das peças produzidas sejam divididas entre o presídio - auxiliando nas necessidades existentes - e o preso - contribuindo para a vida fora da prisão. Além disso, projetos sociais feitos por agentes de bairros, que visem a retirada de crianças das ruas e realocadas em escolas, diminuindo o risco de entrarem para o crime. Paralelamente, a criação de uma comissão pelo Ministério da Justiça, que revise os processos de gerenciamento nos presídios, buscando falhas e o descumprimento de qualquer direito, tendo como meta a melhoria dos serviços prestados. Com essas ações, a longo prazo, pode-se melhorar o sistema prisional e diminuir o caos no Brasil.