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Enviada em: 05/08/2017

Pai da criminologia moderna, Cesare Lombroso, se dedicou a definir e relacionar certo biotipo á criminosos. Alto, lábios grossos, orelhas grandes e nariz largo, a essa conclusão chegou por meio da chamada "biometria craniana" daqueles que haviam cometido crimes, das mais variadas qualificações. Tais teorias seriam acolhidas por alguns outros estudiosos e utilizadas a fim de estruturar o mais tarde conhecido, racismo cientifico, que se espalhou mundo afora, chegando também ao Brasil por meio de tentativa, falha, de embranquecimento populacional do país, considerado fracasso por ser de maioria negra, com o perfil da famigerada e determinada "cara de bandido". Seria coincidência, afinal, que 60% da atual população carceraria do Brasil seja de pessoas com essas características?!       É perceptível o quão padronizada é a grande parte da população encarcerada no Brasil, homem, ensino fundamental incompleto, baixa renda, preso por trafico, negro. Mesmo nascendo livres, as pessoas se encontram acorrentadas por toda a vida, segundo o filósofo suíço Jean Jacques Rousseau, as correntes que seguem esses homem é a cor da pele e como ela influencia numa simples abordagem policial, e fazem com que situações que poderiam acabar em medidas socioeducativas para um usuário de entorpecentes acabam tendo destino certo, mais um preso como traficante, alimentando ainda mais cadeias já superlotada.       O presídio hoje se tornou um sistema caro e falho já que não recupera para o convívio em sociedade, apenas pune, e deixa nas mãos do próprios acusados a decisão e a forma de recuperação, o que acontece na minoria das vezes pois o crime organizado acaba ocupando o lugar do Estado, aliciando ainda mais pessoas, que sem perspectiva de futuro, sem julgamento justo e ampla defesa, sem esperança, que mesmo depois de libertos vão para a rua, mais violentos cometendo crimes piores, tendo destino certo, a prisão, sendo comprovado pela reincidência criminal de 24,4% segundo o Ipea.        Torna-se evidente, portanto, o quanto proporcionar o básico à parcela carcerária da população se tornou necessário, é preciso que o Estado se faça presente por meio de ações afirmativas, como por exemplo mutirões periódicos do poder Judiciário, Ministério Público Federal e Defensoria Pública para aplicação e revisão de penas, juntamente com ampliação no número de defensores públicos, e no número de vagas nos presídios, resolvendo a superlotação, como também, que seja possível que essas pessoas tenham a opção e possibilidade de voltarem a estudar e que por parcerias público-privada tenham chance a determinada vaga de emprego, que mesmo fora do sistema prisional ele seja assistido, tendo a chance de realmente ser reinserido a sociedade com dignidade tendo cumprido sua pena.