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Enviada em: 05/08/2017

Na obra “1984”, de George Orwell, o protagonista Winston é preso e torturado, sofrendo graves sequelas tanto físicas como psicológicas. Infelizmente, na vida real, a situação em presídios brasileiros não é muito diferente da retratada na distopia de Orwell. As precárias condições de nossas prisões tornam necessária a realização de um debate acerca desse sistema e de suas consequências para a sociedade como um todo.       Sendo assim, é necessário pontuar, de início, que, segundo o filósofo Jean-Paul Sartre, “a violência é sempre uma derrota”. Dessa forma, torna-se claro como os presídios de nosso país são ambientes nocivos para a reeducação e a ressocialização do penitenciário, pois o contexto de decadência, abandono e hostilidade inviabiliza perspectivas de melhora.        Ademais, o estado de negligência estatal em prisões abre espaço para a atuação de facções criminosas, as quais tomam controle e exercem autoridade nesses locais. Essa forma de organização elaborada pela população carcerária evidencia a omissão do Estado nessas áreas.    Outrossim, a superlotação, característica de quase todas as penitenciárias brasileiras, é outro agravante; ela se deve, principalmente, à política de encarceramento em massa, presente também em outras nações, como os Estados Unidos, mas que apresenta pouca eficácia. A expansão desenfreada de presídios em uma tentativa de aglomerar todo o contingente carcerário tende a apenas piorar a conjuntura.       Portanto, medidas são necessárias para solucionar o impasse. A falta de amparo denota, majoritariamente, o que culminou no cenário supracitado; à vista disso, o Estado deverá destinar uma maior soma de investimentos para penitenciárias já existentes, de forma a aumentar sua atuação sobre estas. Por outro lado, ONGs deverão realizar atividades pedagógicas a fim de reinserir o detento na sociedade, de forma a amenizar quaisquer traumas vivenciados.