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Enviada em: 07/08/2017

Segundo Nelson Mandela, ex presidente da África do Sul, "ninguém conhece verdadeiramente uma nação até que tenha estado dentro de suas prisões. Uma nação não deve ser julgada pela forma como trata seus cidadãos mais elevados, mas seus menos queridos". Sob essa conjectura, é axiomático que o Brasil enfrenta uma grave crise prisional.    O Brasil representa o quarto país do mundo em número de presos, muitos desses, ainda aguardando julgamento, o que resulta em superlotação e ainda mais violência dentro dos presídios. Nesse contexto, é necessário repensar o que sustenta, de fato, a lógica do sistema penitenciário atual, onde o imprescindível corresponde ao óbvio e superficial caráter punitivo, enquanto a oferta de uma estrutura que possibilite a reintegração social dos sujeitos envolvidos é meramente utópica.      Ademais, a superlotação, deterioração de celas e precárias condições de higiene evidenciam a falta de subsídio à integridade humana. Tal cenário corrobora o ideário lamarckista onde o ambiente modifica os seres que nele vivem. Desse modo, ao final da pena o indivíduo encontrará dificuldade de se reintegrar na sociedade, e acaba por reincidir ao crime.      Destarte, cabe ao Estado, como gestor dos interesses coletivos garantir a contratação de defensores públicos para que se diminua  o percentual de presos provisórios, além de destinar parte da verba pública para a expansão e manutenção da estrutura penitenciária, e  promover, juntamente à ONGS, cursos profissionalizantes e estímulo aos esportes dentro do próprio presídio, oferecendo assim, maiores oportunidades de reinserção social ao detento.