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Enviada em: 12/08/2017

Os brasileiros e o Poder Público sabem como são ruins as condições nas quais os presidiários vivem, mas esse fato costuma ser esquecido até que ocorra um novo massacre. Tendo em vista que esse assunto só é tema de discussão quando a mídia mostra imagens de presos sendo assassinados como aconteceu em Natal e Manaus.                O sistema prisional brasileiro foi abandonado pelo Estado. Embora a finalidade do sistema carcerário seja a inclusão social dos presos, as atitudes tomadas pelo Poder Público ou a falta delas mostram que o seu objetivo é manter os detentos dentro das cadeias e não ressocializá-los. Pois nenhuma mudança comandada pelo Estado é de forma estrutural e realmente pensada para que essa realidade mude, e quando agem é de maneira rápida pensada somente para conter rebeliões.                  Embora possa parecer incoerente, o crime organizado encontra espaço para se fortalecer e desenvolver suas atividades além de aliciar novos membros, nos presídios brasileiros. Ademais, é sabido que chefes de facções que estão presos continuam comandando a sua gangue até mesmo pelo uso de telefone celular. Logo, o sistema brasileiro não consegue ressocializar os presos e nem diminuir a sensação de insegurança da população, que por conta desse sentimento, esbraveja para que mantenha os presidiários na cadeia.                    Além disso, mesmo com o conhecimento das celas superlotadas, pessoas esperando meses por um defensor público, sem o controle de alguns presídios e chefes de facções ainda comandando crimes, as autoridades brasileiras não distinguem detentos provisórios a espera de um julgamento de um condenado, penas e tipificação penal, colocam os presos todos juntos . Portanto, para garantir sua própria sobrevivência, presos menos perigosos, podem acabar se submetendo à hierarquia das gangues presentes nos presídios, por exemplo.             Logo, o Estado brasileiro precisa começar agir de maneira diante da falência do sistema prisional brasileiro. Embora grande parte da população queira que os detentos permaneçam o maior tempo possível nas prisões, o governo precisa agir de maneira racional e garantir que os detentos tenham julgamento rápido e fiquem detidos em salas separadas por tipos de crimes. Sendo assim, o Legislativo precisa agir junto com o Poder Judiciário. O Congresso Nacional precisa garantir por meio de lei que os presos sejam divididos de acordo com o tipo de crime bem como o andamento do julgamento. Já o Poder Judiciário necessita garantir que o preso tenha uma audiência em poucos dias para que saiba se ele pode responder em liberdade. Com essas ações a superlotação podem reduzir e o Estado se fazer presente nos presídios brasileiros.