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Enviada em: 13/09/2019

No filme “Elysium”, o mundo é dividido em dois grupos: os ricos, que vivem no luxo e abundância em uma estação espacial, enquanto os outros – os pobres –, vivem na Terra, decadente e isolada. Diante disso, no Brasil, a subnutrição apresenta analogias com o filme, haja vista que a má distribuição de alimentos é preponderante, ou seja, enquanto alguns possuem amplo acesso aos alimentos, uma significativa parcela vive na subnutrição, devido à má distribuição de alimentos. Assim, elucida-se a necessidade de superar o viés capitalista e o déficit governamental envolvido nessa questão.        A priori, a alimentação é, infelizmente, uma área bastante explorada pelo ideário capitalista, voltado para obtenção de lucros. Nesse contexto, como apontam relatórios da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (doravante FAO), a produção de alimentos no Brasil é, atualmente, suficiente e, contudo, mal distribuída. Com isso, nota-se que, a produção de alimentos é direcionada àqueles com poder de compra. Por consequência, como atestam os fundamentos da Economia, enquanto em um lugar há abundância, em outro há falta e é exatamente o que ocorre em diversas regiões do país, ocasionando subnutrição.       Outrossim, o escoamento da produção de alimentos também encontra barreiras no Governo, o que colabora para perpetuação da subnutrição. Isso é notável pela falta de políticas públicas (eficazes), relacionadas à alimentação, e relativa apatia do Congresso quanto a essa pauta, sem perspectiva para aprovação dos projetos em andamento, que visam melhorar a distribuição de alimentos, o que desrespeita compromissos assumidos pelo Brasil na Conferência Rio +20. Nesse prisma, a sociedade mantém essa apatia e não faz reivindicações, uma vez que naturalizou, conforme o sociólogo Pierre Bourdieu, a ideia de que um país em desenvolvimento pressupõe subnutrição. O resultado disso é o crescimento da subnutrição.       Portanto, torna-se evidente que a trágica relação entre subnutrição e a má distribuição de alimentos deve ser combatida. Em razão disso, a fim de superar o exacerbamento do viés capitalista, o Governo, em parceria com os produtores, deve estimular a produção voltada para o abastecimento da população mais carente, por meio de um sistema de bônus ao produtor – que pode favorecer a redução do preço final e beneficiar a região do produtor. Em outra frente, ONGs do setor, devem pressionar o Congresso no que diz respeito à distribuição de alimentos, isso pode ser feito por manifestações públicas, com o fito de trazer enfoque para essa problemática e diminuir a expansão da subnutrição. Destarte, a realidade brasileira, tornar-se-á distante de uma divisão como a do filme “Elysium”.