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Enviada em: 06/09/2018

O naturalista Charles Darwin e o princípio da Seleção Natural, afirmam que as espécies mais aptas ao meio ambiente sobrevivem. Análogo a essa ideia, a seletividade de bactérias resistentes ocasionada pela exacerbada automedicação por parte da população tornou-se alarmante, visto que medicamentos, como a penicilina perderam seus efeitos no combate a certas bactérias. Sendo assim, faz-se necessário o debate a cerca das causas da ingestão desenfreada de remédios, como a ineficiência do Sistema Único de Saúde (SUS) junto escassez de informação da população.      Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% das internações são causadas pela automedicação. Dessa forma, pode-se citar um dos motivos desse índice, a ineficiência do sistema público de saúde. As longas filas, falta de infraestrutura e precariedade de profissionais, ocasionam na crescente busca por medicamentos que, apesar da exigência de receita na compra de antibióticos, esses medicamentos têm sido vendidos sem prescrição médica em áreas afastadas dos centros urbanos, o que induz ao consumo exagerado e, consequentemente, intoxicações.     Ademais, há a falta de informação, que é resultado da distância entre população e comunidade médica. Tendo em vista a precariedade do SUS, a população mais pobre não tem acesso aos profissionais. Dessa maneira, o cidadão não compreende a magnitude de sua atitude, no que tange a automedicação, conservando essa conduta. Com isso, a automedicação desenfreada irá causar danos em escala mundial, no qual, os medicamentos de hoje, amanhã, não serão suficientes no combate a diversas enfermidades, isso significa que ocorrerá um retrocesso no âmbito da saúde. Isso pode ser evidenciado pelo estudo Review on Antimicrobial Resistance, em que no ano de 2050, cerca de 392 mil pessoas da América Latina, vão morrer vítimas da resistência a antibióticos.    Fica claro, portanto, que medidas devem ser tomadas de modo a combater os índices de automedicação. Para isso, convém ao governo mais investimento no SUS e nos postos de saúde, melhorando a infraestrutura e contratando mais profissionais, para que, o atendimento seja rápido, sem filas e para que haja a aproximação entre cidadãos e comunidade médica. Ademais, é necessário que, o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde, organizem um projeto educacional nas escolas, no qual, será evidenciada a importância do acompanhamento de um profissional no uso de medicamentos, falar sobre as consequências do uso indiscriminado de antibióticos, mostrar casos de pessoas que foram atingidas por superbactérias e, além disso, mostrar as previsões futuras se medicamentos continuarem a ser consumidos sem a prescrição médica, para que assim, as gerações futuras estejam cientes das consequências da automedicação e busquem sempre  ajuda médica.