Charles Darwin, naturalista britânico, desenvolveu a teoria da seleção natural, cujo princípio era a triagem de organismos mais bem adaptados, com mais chances de sobreviver e de auto grau de resistência ao ambiente. Nesse contexto, o crescimento do número de bactérias cada vez mais resistentes a ação de antibióticos conserva a teoria darwinista. Todavia, a persistência antimicrobiana gera transtornos à saúde humana, na medida que a automedicação e a negligência do Estado corrobora à preservação da problemática. Em primeiro plano, o uso indiscriminado de antibióticos por parte da população auxilia no desenvolvimento das chamas superbactérias. A esse respeito, a falha do sistema público de saúde, desde as longas filas, infraestrutura precária e a falta de profissionais capacitados ocasionam o uso indiscriminado de antibióticos. Dessa forma, sem o direcionamento do especialista médico, a replicação dos genes seleciona bactérias mais resistentes, dificultando o tratamento da doença. Com isso, enquanto o problema da automedicação persistir, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais grave problemas de saúde: as superbactérias. Outrossim, a inércia do Governo em fornecer informações à sociedade e busca atenuar o problema configura grave problema na contemporaneidade. Nessa perspectiva, Zygmunt Bauman, filósofo polonês, instituiu as "Instituições Zumbis", que não exerciam mais sua função social, mas mantinham - qualquer custo - sua forma. Assim, a incapacidade do Estado de orientar a população brasileira sobre as superbactérias e os perigos da automedicação configura um governo zumbi, onde a saúde e o bem- estar, garantidos na Constituição, são negligenciados e a permanência do Governo se torna estática. Em suma, a necessidade de resolução do problema é medida que se impõe. Cabe ao Ministério Público Federal, com o aval da Organização Mundial da Saúde (OMS), expor à população o perigo da automedicação nas superbactérias por meio das mídias televisivas e palestras em hospitais, além de, pelo poder legislativo, aplicar a obrigatoriedade das farmácias em exigir as prescrições médicas dosadas, evitando o uso indiscriminado de antibióticos. Ademais, é dever do Estado fomentar, pelas verbas, o estudo e pesquisa das superbactérias e a busca de combate a esses microrganismos. Com essas medidas, a resistência antimicrobiana será atenuada e os direitos constitucionais não serão negligenciados.