Materiais:
Enviada em: 04/10/2019

Doenças bacterianas, como a Tuberculose, vitimou diversos intelectuais no século XIX, como o poeta Alvares de Azevedo. Entretanto, na atualidade, é possível tratar muitas dessas enfermidades com antibióticos, porém o uso demasiado dessas substâncias tem potencializado o surgimento de superbactérias e minimizado a ação de remédios. Isso ocorre pela popularização dos medicamentos, bem como a ação de influenciadores digitais na automedicação.        A princípio, o distanciamento entre médicos e pacientes, a partir da falta de profissionais em hospitais públicos e dos altos custos da rede privada, potencializou o fenômeno da automedicação, principalmente porque, com a popularização de remédios da industria farmacêutica , tornou-se cada vez mais acessível o consumo de substâncias terapêuticas. Dentro desse contexto, vale pontuar que, apesar da filosofia existencialista de Sartre afirmar que o homem está, paradoxalmente, condenado a ser livre, ao examinar essa prática em sociedade, percebe-se, sobretudo aspectos negativos à saúde da população. Isso fica evidente, por exemplo, ao analisar o surgimento de superbactérias devido ao uso intensivo de antibióticos pelos indivíduos. Consequentemente, enquanto a sociedade civil for omissa em relação à automedicação, será constante os episódios de doenças resistentes.           Além disso, é importante destacar o impacto dos influenciadores digitais no consumo demasiado de medicamentos. A esse respeito, pode-se traçar um paralelo com os ideias de Milton Santos, nos quais  a internet, inserida no contexto da Globalização, também é vista como formador de opiniões e comportamentos. Nesse sentido, nota-se, na contemporaneidade, certa confiabilidade na prescrição de remédios por usuários virtuais, principalmente pela comodidade e praticidade dos ´´ diagnósticos´´. Contudo, é visivelmente preocupante a automedicação para a saúde dos brasileiros, já que não há, muitas vezes, dosagens precisas que evitem uma possível seleção de bactérias resistentes e, portanto, causadores de sintomas mais severos. Logo, é perceptível a importância da participação popular para minimizar esse quadro social.           Em suma, é necessário a busca de medidas capazes de mitigar essa problemática. Para tanto, compete ao Ministério da Saúde criar mecanismos que visam reduzir a automedicação, bem como maximizar a procura de profissionais para o início de tratamentos terapêuticos. Isso poderá se materializar mediante a divulgação de anúncios publicitários no ambiente virtual em que se discuta, com a presença de profissionais, sobre os riscos da automedicação e a importância do acompanhamento médico.Tudo isso com intuito de amenizar o surgimento das superbactérias, assim como assegurar direitos básicos, como a vida . Assim, não apenas os poetas, mas todos cultivarão de plena saúde.