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Enviada em: 13/04/2017

As bactérias, há muito tempo, vem vencendo cada antibiótico criado para matá-las, e a cada tentativa, uma derrota. Desde a descoberta da penicilina, o primeiro antibiótico, as bactérias evoluem e se desenvolvem formando uma resistência contra os mesmos. Alguns pesquisadores afirmam que as principais causas para o retrocesso dos remédios, é a população que os usam indiscriminadamente e a desistência do uso do medicamento ao sinal de qualquer melhora, também alguns médicos passam remédios sem haver realmente uma necessidade, e à medida que os remédios não fazem mais efeito, passam em doses maiores, o que contribui para a formação das superbactérias. A automedicação pode prejudicar não apenas o paciente, como também as outras pessoas, pois acelera os mecanismos de defesa das bactérias, tornando os remédios disponíveis no mercado, ineficientes. Por causa da automedicação, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), através do art. 281, em novembro de 2011, proibiu a venda de antibióticos nas farmácias, a distribuição dos remédios só poderá ser feita se houver uma receita, que deve conter prazo de validade. Além disso, são utilizados antibióticos na agricultura e na criação de animais, como a colistina, que é usual em animais para prevenir doenças e muitas vezes para acelerar o processo de crescimento dos mesmos. Nos seres humanos, a colistina só é usada em último caso, pois afeta o fígado, com o consumo de tal remédio mesmo que indretamente, quando aplicada em alguns paciente não surge efeitos, já que, tal medicamento foi ingerido anteriormente, criando resistência antibiótica. Muitos animais são mantidos em situações precárias, o que aumenta o risco de contágio por bactérias. O exagero no uso de antibióticos, causa a destruição das bactérias de defesa, fazendo com que o organismo se torne resistente à maior parte dos antibióticos, levando ao aparecimento de superbactérias. As bactérias, têm um alto poder de recombinação de genes, que podem ser transmitidos, mesmo de espécies diferentes, quando próximas trocam material biológico, junto com a resistência adquirida a antibióticos. O controle de antibióticos, é feito para que o ser humano não entre em um era pré-antibiótica, sem defesa contra as bactérias que causam infecções, matando milhares de pessoas, como antigamente. No Brasil, foram encontradas todas as bactérias presentes em um alerta da OMS ( Organização Mundial da Saúde) podendo provocar pneumonia, diarreia e até gonorreia, uma doença sexualmente transmissível. A ANVISA, em 2012, nas UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) do país, registrou mais de 9 mil casos de bactérias resistentes a remédios. Com o uso de remédios, as bactérias, boas e ruins, diminuem, as mais frágeis morrem primeiro, e se o tratamento é interrompido antes do prazo, as bactérias mais fortes se tornam resistentes a tal medicamento. O governo poderia realizar campanhas publicitárias, informando sobre os riscos da automedicação para toda a população, incentivando-os a reduzir a utilização de antibióticos, não apenas por conta própria, como também os indicados por médicos. No hospital onde o ambiente é mais exposto a medicações e doenças, as superbactérias se desenvolvem com maior facilidade. Por isso, a Lei número 9.431, de 6 de janeiro de 1997, dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país de programa de controle de infecções hospitalares. Não restringindo-se as clínicas, as bactérias contaminam escolas e diversas instituições. Como muitos hospitais, no Brasil, não tem equipamentos capazes de identificar qual a bactéria que está provocando a infecção, os médicos prescrevem apenas pelo exame clínico. E quando a tentativa da errado, as bactérias que provocam a doença e todas as outras presentes no organismo do paciente criam uma resistência ao antibiótico. A superbactéria anula os efeitos de antibióticos, inclusive os que são mais usados para combater infecções por micro-organismos multirresistentes. Cada vez há uma necessidade de criar antibióticos mais fortes para combater bactérias ainda mais fortes. A tendência é que comece a utilização de coquetéis de antibióticos e substâncias mais tóxicas, das quais ainda não há o controle dos efeitos colaterais, principalmente no organismo humano.