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Enviada em: 14/04/2017

Os antibióticos são usados no tratamento e no combate às bactérias, mas algumas bactérias patogênicas já se tornaram resistentes a praticamente todos eles. Elas estão sendo chamadas de superbactérias. O uso indiscriminado de antibióticos provocou uma “seleção natural” dessas bactérias patogênicas; e para combatê-las é necessário o uso de antibióticos superpoderosos que podem afetar, por exemplo, ossos ou fígado da pessoa doente. No entanto, com a descoberta do primeiro antibiótico, a penicilina, por Alexander Fleming em 1928, muitas infecções bacterianas puderam ser tratadas com sucesso. Doenças como pneumonia, sífilis, gonorreia, febre reumática e tuberculose deixaram de ser fatais. Além disso, a penicilina foi utilizada durante a II Guerra Mundial, salvando a vida de milhões de soldados feridos nos campos de batalha. Nesta época acreditou-se ter encontrado a cura para todas as doenças. No entanto, logo após a descoberta dos primeiros antibióticos, surgiram os primeiros casos de resistência a estes. O fato das bactérias apresentarem um curto tempo de geração faz com que elas apresentem uma capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças no ambiente. Assim, quando os antibióticos são introduzidos no ambiente, as bactérias respondem tornando-se resistentes a estas drogas.  Com isso, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 50% das prescrições de antibióticos no mundo são inadequadas. E o problema ganha destaque quando aparecem os surtos, como o que ocorreu em 2010 no Brasil com a KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase); que causou mortes no Distrito Federal e em outros estados do país. Os mecanismos de resistência aos antimicrobianos são decorrentes de alterações genéticas que podem ocorrer através de mutações cromossômicas, transferência de plasmídeos entre bactérias e por elementos de transposição.  Portanto, a resistência aos antibióticos é uma consequência natural da habilidade bacteriana de se adaptar. O uso indiscriminado de antibióticos, tanto na medicina quanto na produção de alimentos para animais, e na agricultura, é que aumenta a pressão seletiva, selecionando as bactérias. A velocidade com que as bactérias desenvolvem resistência aos antibióticos é maior do que a velocidade com que novos fármacos são elaborados. Isto nos leva a pensar que em breve não teremos mais antibióticos disponíveis para o tratamento de determinadas infecções bacterianas; contrariando a ideia do início do século XX, em que se pensou ter descoberto a cura para todas as doenças.