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Enviada em: 24/04/2017

A humanidade avançou um grande passo na luta contra as bactérias patogênicas quando foram descobertos os antibióticos. Contudo, o mal uso dessas principais linhas de defesa contra os causadores de doenças tem tornado os medicamentos ineficientes. Logo, é necessário que a sociedade se mobilize para que não fiquem indefesos contra as epidemias facilmente transmissíveis.   Devido a disponibilidade de antibióticos nas farmácias, ao alcance de qualquer possível comprador, muitas pessoas têm se automedicado inadequadamente por qualquer virose. As bactérias se desenvolvem e produzem resistência às substâncias encontradas nos medicamentos usados erradamente, pois seus mecanismos de defesa são acelerados. Se antes não eram necessários antibióticos para combatê-las, as mesmas se tornam fortes e ainda mais prejudiciais, como disse o Dr. Pedro Menegasso: "Por exemplo, se deixamos de tomar o medicamento na dose certa, não matamos todas as bactérias, e as que sobrevivem se proliferam e se fortalecem”. Em contraponto, leis foram criadas para impedir a compra desses remédios sem prescrição médica. Porém, sem fiscalização eficaz, os comerciantes os vendem visando o lucro e ignorando a legislação.   Contudo, o problema está longe de ser solucionado. A incapacidade técnica de alguns médicos em receitar medicamentos também  tem contribuído para a criação das ditas bactérias, pois às vezes buscam tirar dinheiro do bolso do consumidor sem avaliar se é realmente necessário o uso do antibiótico.   Ao entrarem em contato uns com os outros, os microrganismos outrora criados trocam informações entre si, como a resistência aos antibióticos. “Então a bactéria pode ter resistência a um antibiótico, a dois antibióticos, ou a vários antibióticos e se tornar uma bactéria difícil de tratar”, explica Alberto Chebabo, presidente da Sociedade de Infectologia do RJ.   Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Palestras feitas para farmacêuticos e prescritores, promovidas pelo Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde, sobre as consequências do uso inadequado de antibióticos são importantes para que as fontes de venda dos medicamentos diminuam. Da mesma forma, deve-se trazer à consciência da população os riscos da automedicação por meio de campanhas midiáticas divulgadas na televisão e rádio, também por folders explicativos distribuídos nas farmácias. Para as equipes médico-hospitalares, devem ser criados programas que auxiliem os médicos a prescreverem remédios corretamente, como formação de pessoal especializado para ser consultado antes de um antibiótico ser prescrito. Do mesmo modo, o Estado deve garantir que os hospitais sejam bem equipados para identificação da bactéria que precisa ser combatida.