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Enviada em: 28/04/2017

Capitalismo e automedicação                   Quando o médico Alexander Fleming descobriu a penicilina, bradou-se a guerra as bactérias. Em virtude disso, os antibióticos começaram a ser utilizados em larga escala. Assim, colônias bacterianas resistentes passaram a fazer parte do cotidiano patológico e em contra partida, pesquisas bilionárias são realizadas em busca de medicamentos eficientes contra a nova ameaça. O que leva a seguinte indagação: superbactérias são reflexos da automedicação?                 Em primeiro lugar, até a metade do século XX era comum o uso de antibióticos a bel prazer. Do modo que vendiam a ideia da utilização diária do remédio mesmo sem qualquer necessidade. Ademais, as faltas de informações a despeito das patologias levaram um aprofundamento da automedicação, mesmo que o agente patológico fosse viral, o tratavam com antibacterianos. Desse jeito, tornou-se comum o aparecimento de doenças resistentes aos fármacos.             Outrossim, a corrida científica atrás de novas descobertas farmacológicas criou um nicho economicamente rentável. Mesmo que elas tenham estagnadas há algum tempo, é comum ver propagandas de grandes laboratórios nas grandes mídias, como a Bayer. Por conseguinte, em busca de rentabilidade, as companhias de pesquisa enchem o mercado com novos medicamentos, por vezes sem qualquer tipo de controle. Em outras palavras, o mercado de doenças é lucrativo.                  Desse modo, a frase do cientista C. Darwin, “não sobrevive a espécie mais forte, mas sim a que mais se adapta”, enquadra na atualidade humana. Por isso, as superbactérias são reflexo do abuso medicamentoso. Dessa forma, deve-se combater a desinformação das doenças e os perigos da automedicação através de peças publicitárias financiadas pelo Poder Público. Além disso, O Estado precisa fiscalizar os acessos aos antibióticos e as pesquisas acerca de novos antibióticos, instituindo um órgão ligado a Anvisa para tal e punir aqueles que desviam os fármacos controlados dos ambientes hospitalares. Somado a isso, a sociedade necessita cumprir seu papel e cobrar dos três Poderes atitudes que visem a diminuição do risco de aparecimento das bactérias selecionadas. Por fim, é a humanidade que carece em se adaptar entre o capitalismo e a automedicação.