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Enviada em: 06/05/2017

O consumo (in)consciente de bactérias      Impulsionadas pela demanda da sociedade atual pela busca contínua de qualidade de vida, desde a última década, as propagandas de fármacos cresceram. É possível ver, tanto na televisão como nas redes sociais, propagandas apelativas ligando o uso de remédios a algum benefício, indo além da prescrição feita por um médico para o tratamento de enfermidades. Somado a isso, está o uso dos antibióticos, que utilizados de forma não controlada, tem grande impacto negativo à saúde.      O excesso de produtos contento bactericidas no mercado é notável, pois é possível encontrar desde alimentos até produtos de beleza. Assim, ao se alimentar, lavar as mãos, bem como fazer a higiene pessoal, consciente ou não, o usuário é exposto a produtos que contém antibióticos como princípio ativo. Dessa maneira, o consumidor é bombardeado diariamente a esse fármaco, gerando uma resistência indesejada e perigosa.      Ademais, a biologia, ou melhor, a microbiologia é útil para entender o que cria as superbactérias. Por exemplo, ao sofrer um ataque, determinadas enzimas da bactéria a modificam, adaptando o germe para o novo ambiente. De certo, ao se adequar, o microrganismo se torna mais forte e resistente ao medicamente administrado. Logo, uma doença que poderia ser tratada de forma relativamente simples, pode se tornar em uma patologia imune ao tratamento com antibióticos.      Em suma, é matéria de fato que a adaptação das bactérias aos antibióticos é extremamente alarmante. Entidades como a Organização Mundial da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, além de infectologistas já se pronunciaram sobre a resistência microbiana. Assim, é necessário que o poder público e a família atuem para reverter esse cenário. O primeiro, na figura do Ministério da Saúde, deve criar e fiscalizar políticas públicas que controlam e educam sobre o uso de antibióticos, afetando empresas, profissionais da área da saúde, assim como toda a sociedade. O segundo, deve diminuir o uso de produtos que contenham bactericidas e disseminar que o uso indiscriminado de antibióticos é altamente maléfico a saúde. Dessa forma, essa conjuntura de esforços iniciará uma mudança de mentalidade referente à automedicação.